O presidente da Enel, Max Xavier Lins, disse nesta quarta-feira, 8, que 11 mil imóveis da cidade de São Paulo e região metropolitana ainda estão sem energia desde o temporal da última sexta-feira, 3. Além dos clientes afetados há mais de cinco dias, outros 56 mil estão sem energia por conta de outras ocorrências. Durante pronunciamento a jornalistas, o presidente da concessionária que administra a rede elétrica paulistana declarou que espera conseguir terminar os trabalhos até o final do dia. A Enel chegou a prometer que o restabelecimento total seria feito até a noite desta terça-feira, 7, o que não ocorreu. O executivo culpou os fortes ventos que atingiram a capital paulista pelo ocorrido: “O evento da sexta-feira passada foi de uma magnitude enorme. Foi algo que os próprios institutos de meteorologia não previam (…) Tivemos rajadas de até 105 km/h. Isso teve um impacto destruidor sobre a rede de energia elétrica, sobretudo porque é uma rede majoritariamente aérea. Temos 43 mil km de rede, dos quais 2 mil km são subterrâneos e 41 mil km são aéreos”.
“95% das ocorrências na rede vieram das árvores (…) Tivemos que substituir centenas de postes e transformadores. Foram mais de 100 km de cabos de média tensão. Uma distância superior a entre São Paulo e Campinas”, explicou. De acordo com Max Xavier Lins, entre os 11 mil imóveis que seguem sem energia, 2 mil são ocorrências “mais relevantes” e que ainda necessitam da retirada de árvores e destroços do temporal, por exemplo. Perguntado pela repórter Beatriz Manfredini, da Jovem Pan News, sobre a possibilidade de aterramento dos fios da cidade, o presidente da Enel rejeitou que seja economicamente viável fazer isso com a totalidade da rede elétrica: “Se fossemos enterrar todas as redes, 1 km de rede subterrânea custa dez vezes mais do que 1 km de rede aérea. A conta disso não caberia no bolso do consumidor no final do dia, simplesmente não caberia (…) O transtorno de fazer isso rapidamente em uma megalópole como São Paulo paralisaria tudo”.
“A rede elétrica aérea não atende necessariamente às expectativas de confiabilidade e qualidade. Mas existem formas de tratar essa questão. Uma é o tratamento do principal elemento agressor, que é a vegetação”, afirmou o executivo, que também sugeriu o mapeamento das árvores e da condição fitossanitária da vegetação para evitar quedas.
Jovem Pan