O pagamento do 13º salário deve injetar cerca de R$ 2,1 bilhões na economia alagoana, o equivalente a 2,8% do PIB alagoano de 2022. Deste valor, R$ 714,15 milhões já foram pagos, até agosto, a beneficiários e inativos do INSS, ficando um montante em torno de R$ 1,4 bilhão para ser injetado nesta reta final de ano. A projeção é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), por meio do Instituto Fecomércio AL.
Para chegar ao valor a ser pago, o Instituto considerou o volume de empregados públicos e privados, o qual, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), via CAGED, é em torno de 464 mil. Como os dados são de 2023, é possível que este volume seja um pouco maior.
Para o presidente da Fecomércio, a injeção extra de recursos na economia é um alívio para os consumidores e para os empresários. "Mesmo que os consumidores utilizem parte da renda para o pagamento de dívidas, sempre reservam valores para celebrar as festas do fim de ano. As confraternizações, os presentes e a tradição de arrumar a casa e de usar roupas novas no Natal e no Ano Novo contribuem para aumentar as vendas em diversos segmentos e aquecer a economia no final de ano", avalia.
Reserva para dívidas deve girar em torno de 30%
A percepção acerca do uso parcial do 13º na quitação de dívidas é reforçada pelos números da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também do Instituto Fecomércio e realizada em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No último levantamento divulgado em novembro e referente ao panorama de outubro, 76% das famílias de Maceió declararam estar endividadas.
Frente a esta realidade, o assessor econômico do Instituto, Francisco Rosário, estima que cerca de 30% do volume dos recursos do 13º salário dos trabalhadores ativos deve se destinar para o pagamento de dívidas. "Esse pagamento poderá liberar ou garantir mais crédito para as famílias endividadas. Assim, é possível considerar um volume líquido de injeção direta no consumo oriundo do pagamento do 13º salário, entre R$ 900 milhões a R$ 1 bilhão, no final de novembro e no mês de dezembro, em Alagoas", analisa.
A parcela única ou a primeira parte do décimo devem ser pagas no dia 30 de novembro, devendo a segunda (e última) parte ser paga até o dia 20 de dezembro. Ante à perspectiva do aumento do poder de compra dos consumidores, é essencial que os empresários estejam preparados para atender à demanda, a exemplo da antecipação de tendências de consumo, da oferta de produtos que estejam em alta, e da capacitação dos funcionários para oferecer um atendimento de qualidade.
Estratégias para o e-commerce
Na visão do economista, o dinheiro extra vai beneficiar o comércio como um todo, mas os bares e restaurantes, os salões de beleza e as lojas de vestuário, calçados, acessórios de moda, eletrodomésticos, eletrônicos e brinquedos serão os mais procurados. E em tempos de economia globalizada e de desenvolvimento tecnológico, os empresários do comércio alagoano devem adotar estratégias para enfrentar a concorrência on-line e capturar a maior parte do 13º dos consumidores, maximizando as vendas durante essa época.
"Uma abordagem eficaz é oferecer produtos e serviços diferenciados nessa época do ano. Oferecer, também, condições de pagamento facilitadas, como parcelamentos sem juros, frete grátis e condições especiais para clientes fiéis. Outra estratégia fundamental, nesse mundo digital, é investir em campanhas de marketing direcionadas, utilizando redes sociais e outras plataformas digitais, para aumentar a visibilidade das ofertas e atrair um público maior", orienta Rosário. Nas lojas físicas, a decoração natalina e a criação de uma experiência de compra agradável são fatores que podem influenciar positivamente as vendas. "São várias as estratégias eficazes para aumentar as vendas durante esse período e a criatividade é o limite", complementa.