Um estudo do Insper revelou que uma área de até 51 parques do Ibirapuera poderia ser verticalizada com mudança no Plano Diretor da cidade de São Paulo. O estudo calcula que terrenos sem limite de altura para prédios podem chegar a 14,5% da área urbana. Nesses locais, onde não há limite de altura para prédios ao redor dos chamados eixos de transporte, o aumento pode chegar a até 160% — isso se a revisão do Plano Diretor for aprovada na versão atual. O cálculo mostra que um território equivalente a 51 parques do Ibirapuera
(ou 81,6 quilômetros quadrados, quase 9% de toda área urbana de São Paulo) poderia ter regras alteradas a qualquer momento para permitir mais verticalização. Prefeitura e vereadores ainda não apresentaram estudos que mostram os impactos da proposta.
As estimativas do instituto que fez esse estudo mostram que essa nova regra pode levar a uma dispersão de novos empreendimentos na cidade, alcançando terrenos mais periféricos. Atualmente, nas quadras perto de estações de metrô e também ao redor de corredores de ônibus, há regras que permitem construir prédios mais altos sem pagar taxas. O projeto em discussão propõe que se permita ampliar a área que recebe esses incentivos. A permissão para construir os chamados espigões chegaria a áreas mais distantes das estações e corredores. O vereador Rodrigo Goulart (PSD), relator do projeto na Câmara Municipal, disse que o impacto vai ser muito menor do que qualquer projeção. Um detalhe que preocupa os pesquisadores é que a mudança dessas áreas possa ser feita a qualquer momento. Ou seja, uma proposta da prefeitura ou de qualquer vereador terá chance de ser aprovada com pouca ou até nenhuma discussão. Depois de ter sido aprovada no primeiro turno na Câmara Municipal, a revisão do Plano Diretor passará pela segunda etapa da votação na próxima quarta-feira, 21.
*Com informações do repórter Misael Mainetti
Jovem Pan