Foi inaugurado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro o Memorial Mãos Negras. O espaço é dedicado à celebração da memória de mulheres e homens negros que, durante o período imperial, trabalharam na construção e nos cuidados dessa que é uma das mais belas e bem preservadas áreas verdes da cidade e espaço de cultura e ciência.
O local conta com placas informativas sobre a história desses trabalhadores, além de uma galeria para exposições temporárias de artistas negros e um banco de contemplação, com jardineiras integradas, compostas por plantas ritualísticas e medicinais, escolhidas para valorizar a ancestralidade e as tradições culturais afro-brasileiras.
O Memorial representa um ato de reparação histórica, levando ao conhecimento do público uma parte da história até então silenciada: a contribuição fundamental de homens e mulheres negros na edificação da instituição. É o que destaca o engenheiro Marcelo Ferreira dos Santos, coordenador de Engenharia, Restauração e Manutenção do Jardim Botânico.
"É uma reparação histórica e uma forma de celebrar as contribuições indispensáveis dessas mãos, que literalmente construíram o Jardim, deixando um legado que merece ser lembrado e honrado".
O professor Ivanir dos Santos, conselheiro estratégico do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, ressalta a importância do Memorial.
"É um marco histórico da memória daqueles escravizados e africanos livres que foram os primeiros botânicos no Brasil, porque deram a sua contribuição na edificação do que hoje é o Jardim Botânico. Então, será uma grande celebração de homenagem aos nossos ancestrais".
O Memorial dá início à implementação de um plano de ações afirmativas no Jardim Botânico do Rio, como, por exemplo, a criação do Plano Rio de Janeiro de Letramento Corporativo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. As ações estão alinhadas à agenda de gênero, raça, diversidade e inclusão promovida pelo Ministério.
Agência Brasil