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Canadá pode reduzir dependência da China para metais essenciais à indústria, diz ministro


O Canadá pode desempenhar um "papel relevante" na redução da dependência da China para metais industriais vitais, disse o ministro canadense de Recursos Naturais, Jonathan Wilkinson, na quinta-feira.

Ottawa procura desenvolver esses recursos e também processar esses minerais no Canadá e em países como o Japão e os Estados Unidos, para que não dependamos tanto do processamento que ocorre na China", disse Wilkinson ao “Nikkei Asia”.

Metais como lítio e níquel cresceram em importância como materiais para baterias de veículos elétricos, ímãs e outras tecnologias. A participação do Canadá nas reservas mundiais de lítio é de apenas 3%, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. Ainda assim, suas reservas ocupam o sexto lugar no mundo. O Chile tem a maior participação, com 44%.

Ottawa anunciou uma nova Estratégia de Minerais Críticos em dezembro, que inclui políticas para expandir a produção e o processamento. Até 3,8 bilhões de dólares canadenses (US$ 2,82 bilhões) do orçamento federal para o ano fiscal que termina em março serão destinados ao apoio a investimentos privados e outras atividades.

O Canadá procurou ingressar no Quadro Econômico Indo-Pacífico (Ipef) liderado pelos Estados Unidos, um grupo que inclui o Japão e a Austrália e tem como objetivo a cooperação na cadeia de suprimentos.

A China possui apenas 7% das reservas mundiais de lítio, ocupando o quarto lugar no mundo, mas o país ampliou sua influência na cadeia de abastecimento global por meio da importação, processamento e exportação de minério. Os desafios que dificultam o crescimento da indústria do lítio em outros países, como as consequências ambientais do processamento do minério, podem ser evitados mais facilmente na China.

Acredita-se que o país seja responsável por cerca de 60% da produção mundial de terras raras - materiais cruciais para ímãs e outras tecnologias.

"Não achamos que seja do interesse de ninguém ter uma grande concentração de controle de minerais e processamento em qualquer país", disse Wilkinson. "É muito importante que Canadá, Austrália e outras nações democráticas trabalhem como países que compartilham valores comuns e garantam que haverá acesso a esses minerais para empresas existentes em nossos países."

O Canadá tomou medidas para bloquear o investimento chinês nesses setores. Em novembro, ordenou que três empresas chinesas vendessem suas participações nas operações de mineração de lítio no Canadá.

"Negociamos com a China em muitas outras áreas, mas em áreas estratégicas, temos que tomar decisões que sejam do melhor interesse do Canadá e de nossos aliados", disse Wilkinson.

Ele também disse que o Canadá pode contribuir para as necessidades de abastecimento de energia de nações amigas. A Rússia está sob sanções econômicas ocidentais após a invasão da Ucrânia, principalmente cortando o fornecimento de petróleo bruto e gás natural de Moscou para economias avançadas. O Canadá, quarto maior produtor de petróleo do mundo, pretende preencher esse vazio.

"Estamos no processo de construção do que é chamado de oleoduto Transmontanha", disse ele. “E isso será concluído por volta de 2024, e isso expandirá significativamente a quantidade de petróleo que podemos enviar da costa oeste do Canadá para os mercados asiáticos”.

O Canadá é um grande produtor de gás natural, ocupando o sexto lugar no mundo. O país planeja iniciar as exportações de gás natural liquefeito para o Japão a partir da costa oeste em meados da década de 2020, um projeto que inclui a trading Mitsubishi.

“Certamente há oportunidades para expandir as exportações de GNL do Canadá, mas isso teria que ser feito de maneira consistente com o Canadá cumprindo seus próprios objetivos climáticos”, disse Wilkinson.

A oferta global de cloreto de potássio, um importante componente do fertilizante à base de potássio, também sofreu com as sanções econômicas contra a Rússia e sua aliada Bielorrússia. Os dois países juntos respondem por 40% do abastecimento mundial, enquanto o Canadá responde por 30%.

"Teremos uma nova grande mina de potássio entrando em operação nos próximos anos, o que, novamente, ajudará com a demanda global", disse Wilkinson.

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