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Banco Central

Mercado financeiro aumenta projeção da inflação e da Selic e reajusta crescimento do PIB para 2023


As projeções de mercado para a taxa Selic e a inflação durante 2023 foram elevadas, enquanto a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil foi reduzida, segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda, 16, pelo Banco Central. A expectativa do mercado financeiro é que a taxa básica de juros encerre o ano em 12.5%, aumento de 0,25% em relação a projeções anteriores. A Selic fechou 2022 a 13,75% e é um instrumento que o Banco Central utiliza para fazer o controle da inflação. De acordo com analistas, o BC deve demorar a reduzir a taxa ou diminuir em pequena escala. Já em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o mercado reavaliou a projeção para o final de 2023 de 5,36% para 5,39%. Além disso, os especialistas diminuiram em 0,01% a perspectiva de crescimento para o PIB, que agora é de 0,77%. As projeções para o câmbio permaneceram no mesmo patamar, com a expectativa de que o dólar encerra o ano a R$ 5,28. Em carta assinada pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, ele alega que a alta das commodities e à retomada da economia são os principais fatores responsáveis pelo estouro da meta de inflação em 2022. O documento foi enviado ao ministro da Fazenda e presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN), Fernando Haddad. No ano passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 5,79%. A meta oficial da inflação era de 3,5%. Criado em 1999, a carta é uma exigência do regime de metas. Toda vez que o limite é excedido, o presidente do BC precisa enviar uma carta ao presidente do CMN para explicar o motivo. Além disso, o responsável pelo banco precisa indicar providências e o prazo para o retorno à meta. Para 2023, Roberto Campos Neto comentou que a inflação deve superar a meta estabelecida mais uma vez, de 4,75%.

Na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou um pacote de medidas fiscais com a intenção de melhorar as contas públicas. Entre as medidas anunciadas pelo político é um refinanciamento das dívidas de pessoas físicas e de empresas com um percentual de desconto, a fim de que débitos sejam renegociados. A expectativa da equipe econômica seja de injetar R$ 242,7 bilhões nas contas públicas no ano de 2023. O pacote também é uma sinalização ao mercado financeiro após a aprovação da Proposta de Emenda a Constituição (PEC) ‘fura-teto’ que autorizou um gasto de R$ 231,55 bilhões para custear a manutenção dos R$ 600 aos beneficiários do Auxílio Brasil – que poderá voltar a ser nomeado como Bolsa Família – e outros programas sociais. De acordo com o planejamento do petista, as ações que poderão aumentar as arrecadações do governo correspondem a R$ 192,7 bilhões, enquanto a estimativa de corte de despesas seria de R$ 50 bilhões. Combinados, os reajustes poderão levar o país a um superávit de R$ 11,13 bilhões no ano de 2023, de acordo com a apresentação de Fernando Haddad.

 

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