A Rússia afirmou ter assumido o controle da cidade de Soledar, que há dias tem sido palco de conflito entre russos e ucranianos, pois as tropas de Vladimir Putin tentam assumir o controle dessa pequena localidade que está totalmente devastada pela guerra. A Ucrânia nega que isso tenha ocorrido e afirma que a região “é e sempre será ucraniana”. A informação foi dada nesta quarta-feira, 11, pelo grupo paramilitar Wagner, mas horas após o anúncio, o Ministério russo de Defesa afirmou que os combates na região continuam acontecendo. “Unidades aerotransportadas bloquearam as zonas norte e sul de Soledar. As forças russas estão atacando os bastiões inimigos. Forças de assalto estão lutando na cidade”, disse o ministério em um comunicado. A informação foi confirmada pela vice-ministra ucraniana da Defesa, Ganna Maliar, pelo Twitter. “Estão sendo travados intensos combates em Soledar”, escreveu. Os russos tentaram “romper a defesa” ucraniana e “capturar completamente a cidade, mas sem sucesso”, acrescentou.
O conselheiro da Presidência ucraniana, Mikhailo Podoliak, classifica a atual situação em Soledar e Bakmut como parte “das cenas mais sangrentas desta guerra” que está prestes a completar onze meses. A conquista de Soledar significaria uma vitória militar simbólica para Moscou, após vários reveses das tropas russas no terreno desde setembro. A cidade é conhecida por suas minas de sal, tem sido alvo de uma ofensiva russa há semanas. A cidade, que antes do conflito tinha cerca de 10 mil habitantes, fica perto de Bakhmut, que os russos tentam conquistar há meses. O ministério da Defesa russo informou, em nota, que suas tropas aerotransportadas “bloquearam as zonas norte e sul de Soledar”. “As forças russas estão atacando os redutos inimigos. Forças de assalto estão lutando na cidade”, destacou. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou na segunda-feira, 9, que “tudo está completamente destruído” em na cidade e que ela “está coberta de corpos dos invasores e aterrorizada pelas explosões”.
Após meses em um impasse, essa contraofensiva russa vem em um momento em que a Rússia substituiu mais uma vez o comandante de sua ofensiva na Ucrânia, nomeando agora o general Valeri Guerasimov, chefe do Estado-Maior da Forças Armadas russas. Em um comunicado, o Ministério nomeou Valeri Guerasimov como “comandante do agrupamento de tropas” destacadas na Ucrânia, substituindo Serguei Surovikin, que havia assumido o cargo em novembro passado. Ele havia sido nomeado para o mesmo cargo três meses antes para recuperar as investidas do exército russo, que sofria derrotas diante das ofensivas ucranianas nas regiões de Kharkiv (nordeste) e Kherson (sul). O general chegou a propor e organizar a retirada das forças russas da cidade de Kherson, no início de novembro, o que acabou se configurando em uma grande perda para o Kremlin. Desde então, a frente se estabilizou de maneira geral, exceto na área de Bakhmut, na região de Donetsk, cidade que o exército russo e o grupo paramilitar Wagner tentam ocupar há meses.
Por outro lado, a Ucrânia segue pedindo que os aliados mandem mais armas. “Só os mísseis com alcance de mais de 100 km vão nos permitir acelerar de forma significativa a desocupação dos territórios”, disse o assessor da Presidência ucraniana. Ele assegurou que se Kiev conseguir estas armas, se absterá de atacar o território russo. “Travamos uma guerra exclusivamente defensiva”, reforçou. A Polônia se declarou disposta a enviar à Ucrânia 14 tanques Leopard, reivindicados por Zelensky
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Jovem Pan