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Política

STJ decide manter Paulo Dantas afastado do cargo de governador de Alagoas

Corte especial se reuniu, em sessão extraordinária, para decidir sobre o caso; Paulo foi alvo de operação da Polícia Federal na terça, no âmbito da Operação Edema

Corte especial se reuniu, em sessão extraordinária, para decidir sobre o caso; Paulo foi alvo de operação da Polícia Federal na terça, no âmbito da Operação Edema
Corte especial se reuniu, em sessão extraordinária, para decidir sobre o caso; Paulo foi alvo de operação da Polícia Federal na terça, no âmbito da Operação Edema

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, em sessão extraordinária nesta quinta-feira (13), referendar a decisão da ministra Laurita Vaz e manter o afastamento de Paulo Dantas (MDB) do comando do governo de Alagoas até 31 de dezembro deste ano. Foram 10 votos favoráveis ao afastamento e 2 contra.
Dantas foi afastado na terça (11). A determinação foi feita no âmbito da Operação Edema, que apura a prática sistemática de desvios de recursos públicos que ocorre desde 2019 na Assembleia Legislativa de Alagoas. Pelo menos 31 mandados de busca e apreensão foram cumpridos por determinação do STJ.

O ministro João Otávio Noronha foi o primeiro membro da corte a votar divergente da relatora. Noronha esclareceu que diverge apenas do afastamento cautelar de Paulo Dantas do cargo, mas concordou com as outras medidas cautelares.

Noronha argumentou que a imposição de medidas cautelares acarreta restrição de liberdades individuais e que não há provas de que o governador mantenha vínculos com os funcionários fantasmas. "Tudo se supõe", resumiu o ministro. Segundo ele, não há um fato que ligue o governador ao esquema após ele ter sido alçado ao comando do Executivo.

A ministra Nancy Andrighi acompanhou a relatora. O ministro Humberto Martins, que é alagoano, se declarou suspeito para votar no julgamento por motivos de foro íntimo. Martins alegou que conhece de perto as partes interessadas no julgamento.

O ministro Herman Benjamin opinou que há elementos fortes de autoria e materialidade dos crimes. Ele destacou que não há apenas provas testemunhais, mas também documentos. Segundo ele, somente os documentos bastariam, sem que houvesse qualquer testemunho. Benjamin destacou que não há ilações, mas um "oceano" de provas.

O ministro Jorge Mussi foi o segundo a divergir da relatora sobre o afastamento. "Qual a conduta criminosa concreta enquanto governador?", perguntou o ministro. Mussi ressaltou que não se pode fazer aferição abstrata e lembrou ainda que o afastamento de 180 dias é impossível, tendo em vista que antes disso termina o atual mandato de Dantas.

Já o ministro Og Fernandes sugeriu que o tempo de afastamento fosse ajustado para que não se estenda para o ano de 2023. Após a sugestão do ministro Og Fernandes, a relatora mudou a medida e o colegiado aceitou que o afastamento ocorra até o final do atual mandato de Dantas.

O ministro Benedito Gonçalves acompanhou a relatora integralmente e, com isso, foi favorável ao afastamento de Paulo Dantas do cargo de governador. O ministro Raul Araújo também votou pelo afastamento. O ministro Paulo de Tarso Sanseverino foi quem deu o oitavo voto favorável ao afastamento, formando assim maioria pela manutenção da medida.

O RELATÓRIO

Relatório lido pela ministra relatora aponta que o dinheiro, supostamente desviado, foi usado para compra de imóveis, barco, pagamentos de honorários advocatícios e depósitos bancários. Segundo a ministra, foram juntados aos autos do processo planilhas, emails, trocas de mensagens e extratos bancários. Laurita Vaz citou ainda a compra de uma casa no valor de R$ 8 milhões em condomínio de luxo na cidade de Marechal Deodoro por parte do governador.

As investigação se iniciou após denúncia anônima feita em 29 de outubro de 2021. A Polícia Federal (PF) instaurou procedimento no dia 8 de novembro de 2021. Em novembro e dezembro do mesmo ano, os policiais foram às ruas realizar trabalho investigativo. Em janeiro deste ano a PF instaurou inquérito após ter constatado indícios de crimes.

Em março deste ano, a Justiça alagoana autorizou a realização da operação edema, que cumpriu mandados de busca e apreensão. Em junho deste ano o caso foi para o STJ, após o juízo de primeiro grau declinar da competência para julgar o caso. No dia 8 de setembro o Ministério Público Federal (MPF) concordou com relatório da PF e fez uma série de pedidos contra os investigados, inclusive pedidos de prisão, que foram negados pelo STJ. No dia 5 deste mês a ministra Laurita Vaz autorizou o afastamento cautelar do governador.

Fonte: Gazetaweb

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