O ministro da Economia Paulo Guedes defende adotar a meta da dívida pública no lugar do teto de gastos. A regra constitucional está em vigor desde 2016. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, deste domingo, 14, o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, falou sobre o tema. Segundo o ex-ministro, é necessário pensar em uma nova alternativa, já que o teto de gastos acabou. Entretanto, segundo ele, o teto de gastos não é a alternativa mais razoável. “O governo Bolsonaro desmoralizou e vez o teto, por uma vez por motivos justificáveis que foi para aumentar espaço para gastos sociais para enfrentar a pandemia, e depois desandou a mudar a constituição com objetivos eleitorais. O calote dos precatórios e agora a chamada PEC Kamikaze. O teto acabou. Em segundo lugar, você tem o Supremo propondo aumento de salários, o congresso indo junto. O cálculo é de que se todos os funcionários públicos tiverem um aumento semelhante ao do Supremo, e isso provavelmente acontecerá, serão mais R$ 40 bilhões. Aí acabou. Precisa pensar em nova alternativa. Esta que está sendo analisada pelo ministério da Economia, na minha opinião, não é a mais razoável”, disse Nóbrega.
Em outro momento, Maílson exaltou o teto de gastos, dizendo que ele parou um processo ininterrupto de crescimento da despesa pública, o que geraria problemas futuros. “O teto de gastos foi a última e heroica medida para deter um processo ininterrupto de crescimento sistemático da despesa pública a uma velocidade superior a do crescimento da economia. Em algum momento ia ficar insustentável e ia gerar um processo grave de inflação alta e sem controle”, afirmou o ex-ministro. Por fim, ele também falou sobre o cenário que o próximo presidente encontrará na economia. “É um cenário econômico desafiador, que eu acho que substitui a palavra pessimista. Haverá uma herança muito negativa do governo Bolsonaro para o próximo governo”, afirmou o Nóbrega.
Jovem Pan