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Zelensky vê avanços em negociações, mas diz não ter razão para confiar nas promessas russas


Volodymyr Zelensky viu sinais positivos na rodada de negociação entre Rússia e Ucrânia que aconteceu nesta terça-feira, 29. “Podemos dizer que os sinais que ouvimos são positivos”, disse em uma mensagem difundida em vídeo em seu canal no Telegram. “Mas os sinais não calam as explosões das bombas russas”, acrescentou se referindo aos ataques que continuam acontecendo na região e a um bombardeio contra a sede do governo de Mykolaiv que deixou pelo menos 12 mortos e mais de 30 feridos. Apesar das palavras dos negociadores russos e do Pentágono ter informado que as tropas da Rússia estão reposicionando suas forças perto de Kiev – mesmo que não se trata de uma retirada – Zelensky disse não ver razão para “confiar nas palavras de certos representantes de um Estado que continua a lutar pela nossa destruição”. Ao fim da mensagem, ele afirmou que “os ucranianos não são pessoas ingênuas” e que “já aprenderam durante 34 dias de invasão e nos últimos oito anos de guerra em Donbass que apenas um resultado concreto pode ser confiável”.

Representantes da Rússia e Ucrânia se reuniram nesta terça em Istambul, na Turquia, para realizar uma nova rodada de negociações. Pela primeira vez desde o início da guerra, ambos os lados informaram que houve avanços significativos. A Ucrânia aceitou adotar um status neutro e abrir mão de fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). “Aceitaremos um "status" neutro, se o sistema de garantia de segurança funcionar”, disse David Arakhamia, deputado ucraniano que participou da rodada de negociações. “Se conseguirmos consolidar as disposições-chave, e para nós isso é o mais fundamental, então a Ucrânia estará em posição de realmente fixar seu status atual como um Estado que não fará parte de um bloco e não nuclear, na forma de neutralidade permanente”, acrescentou o negociador ucraniano Oleksander Chaly. Já a Rússia, se propôs a reduzir os ataques na região de Kiev e na cidade de Chernihiv. “A fim de aumentar a confiança mútua e criar as condições necessárias para novas negociações e alcançar o objetivo final de concordar e assinar (um) acordo, foi tomada a decisão de reduzir radicalmente, por uma grande margem, a atividade militar nas direções de Kiev e Chernihiv”, declarou David Arakhamia.

Jovem Pan

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