Os Estados Unidos determinaram que a violência cometida pelos militares em Mianmar contra a minoria rohingya equivale a genocídio e crimes contra a humanidade, disse um funcionário do governo americano à agência de notícias AFP neste domingo (20). Centenas de milhares de muçulmanos rohingyas fugiram de Mianmar, que tem maioria budista, desde 2017, após uma repressão militar que agora é objeto de um processo por genocídio na mais alta corte da Organização das Nações Unidas (ONU), em Haia.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deve anunciar oficialmente a determinação durante uma visita na segunda, 21, ao Museu do Holocausto em Washington, onde está em exibição uma exposição intitulada “Caminho da Birmânia ao Genocídio”, que usa o antigo nome do país. Blinken afirmou em dezembro do ano passado durante uma visita à Malásia que seu país estava analisando “muito ativamente” se o tratamento dos rohingyas poderia “constituir genocídio”.
Cerca de 850 mil rohingyas estão definhando em campos no vizinho Bangladesh, enquanto outros 600 mil membros da comunidade permanecem no estado de Rakhine, no sudoeste de Mianmar. O caso aberto contra Mianmar na Corte Internacional de Justiça em 2019 foi complicado por um golpe militar no ano passado que derrubou Aung San Suu Kyi e seu governo civil, provocando protestos em massa e uma sangrenta repressão. Suu Kyi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra uma ditadura anterior em Mianmar, enfrentou críticas de grupos de direitos humanos por seu envolvimento no caso dos rohingyas. Hoje, ela está agora em prisão domiciliar e sendo julgada pelos mesmos generais que defendeu em Haia.
Jovem Pan