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Brasil

Moro articula ligações com o mercado e diz que Bolsonaro não tem projeto nem liderança

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Na tentativa de mostrar que tem um plano para lidar com o Congresso e atrair aliados, o pré-candidato à Presidência Sergio Moro disse, em um evento na XP Investimentos, que "é um homem do diálogo", e que Jair Bolsonaro "não tem projeto, nem liderança" e não consegue fazer alianças no Legislativo para colocar de pé uma agenda econômica.

Moro está em São Paulo para uma rodada de reuniões com operadores do mercado financeiro. Além da XP, ele esteve na segunda-feira num jantar na casa do ex-presidente do Banco Central e fundador da Mauá Investimentos, Luiz Fernando Figueiredo. Nesta terça, participou de um evento do banco JPMorgan.

APOIO DO MERCADO – Suas afirmações na XP, onde falou para um grupo de 20 executivos, deram uma pista de como o ex-juiz da Lava Jato acha que pode convencer o mercado de que conseguirá lidar com um Congresso que certamente estará cheio de adversários e antigos alvos da Lava Jato.

Muitos desafetos de Moro – como o presidente da Câmara, Arthur Lira, o senador Renan Calheiros ou o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira – ocupam posições-chave no governo Bolsonaro ou na oposição, têm influência no Congresso e vão se candidatar à reeleição com grandes chances de vitória.

Entre os operadores do mercado financeiro, predomina o receio de que Moro não tenha capacidade de dialogar com o Congresso, nem entregar a agenda de reformas que vem prometendo.

PRECEDENTES – Quando estava no governo Bolsonaro, por exemplo, não conseguiu aprovar como desejava o pacote anticrime, sua principal proposta no Legislativo. Também perdeu o controle sobre o Coaf, que acabou deslocado para a esfera do Banco Central.

Por isso, gestores ouvidos pela equipe da coluna têm dito que, mais do que um fiador econômico, Moro precisa de um fiador político. Sob a ótica da Faria Lima, o verdadeiro "posto Ipiranga" de Moro seria o ministro da Casa Civil e não o da economia.

O ex-juiz sabe que esse é seu calcanhar de Aquiles, tanto que está lançando um livro nesta semana com sua versão sobre a Lava Jato e sobre a passagem pelo governo Bolsonaro.

DÁ EXPLICAÇÕES – Nele, refuta acusações e o teor das mensagens que vieram à tona com o caso da Vaza Jato e procura realçar atos de resistência às interferências do presidente da República no Coaf e em seu ministério. Mas reconhece que deveria ter saído antes do governo.

Como quem testa uma vacina para uma evidente fragilidade política, Moro tenta vender-se ao mercado como um político capaz de encontrar aliados até em partidos "mais fisiológicos" e disse que está sendo procurado pela classe política.

"O país não tem liderança, nem projeto. Não se sabe para onde caminha no curto e longo prazo", disse o ex-ministro da Justiça, segundo relato de um dos presentes.

GOVERNABILIDADE – Nesse vácuo, prosseguiu o ex-juiz, é óbvio que o parlamentar vai defender interesses paroquiais, como o pagamento de emendas. Moro, por seu turno, disse acreditar que é capaz de construir governabilidade dentro de limites.

Nos últimos dias, o ex-juiz participou de jantares com parlamentares do Cidadania e do PSL – este último sonha em emplacar o vice na chapa de Moro. Depende, porém, da concordância do DEM, com quem o PSL se juntará no União Brasil, e que resiste em embarcar em Moro.

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