A Globo venceu uma ação contra o apresentador Sikêra Júnior e a TV A Crítica, onde ele trabalha. A empresa afirma que Sikêra incitou o ódio contra a Globo e contra a família Marinho em diversas situações, entre 2019 e 2020. Sikêra foi condenado a pagar R$ 100 mil. Cabe recurso.
Para a juíza Lia Maria Guedes de Freitas, do Tribunal de Justiça do Amazonas, ficou provado que Sikêra usou sua influência nos programas que apresentou para criar uma campanha de ódio contra a Globo, sem qualquer tipo de oportunidade ao contraditório.
"Considero que se impõe por elevado o grau de culpa da empresa do apresentador réu (Sikêra), que, a meu julgar, adotou conduta dissonante dos deveres constitucionais que lhe incumbem, ocasionando mácula a honra objetiva da autora (Globo)", diz um trecho da decisão, datada do fim do mês de dezembro.
Segundo os autos, Sikêra disse em seu programa, em 2019, por diversas vezes, que a empresa "não pensa no povo brasileiro" e "só pensa na safadeza, no que eles querem".
Sikêra, segundo a Globo, insinuou que há envolvimento espúrio da empresa na política nacional, influenciando na eleição e destituição de presidentes da república, concluindo que "é nojento, é covarde o que estão fazendo com o Presidente do nosso país". Na época, o Brasil era gerido por Jair Bolsonaro, de quem Sikêra é apoiador.
Em seguida, Sikêra teria dito que "a Globo diz que todo policial não presta, só quem presta é bandido. "A bala perdida só sai da arma do policial, o bandido, não, ele acerta. A Globo está acabando com a família brasileira".
Para a empresa, a fala mais grave foi quando Sikêra insinuou que havia práticas pedófilas na Globo. "Eles (Globo) aliciam os menores, as crianças, as famílias brasileiras. Tem uma tara da Globo sobre isso", afirmou.
A Globo não comenta casos judiciais.