Daniella do Nascimento é uma professora moradora de Brasília. Casada há 26 anos, ela é mãe de cinco filhos e participa há quatro anos do Aconchego, um grupo de apoio à convivência familiar e comunitária.
Desde que soube do acolhimento familiar, que é uma medida protetiva judicial, ela ficou muito impactada com a possibilidade de assistir uma criança ou jovem que precisou ser afastado da sua família de origem para cessar violação ou ameaça de direitos.
No Brasil, cerca de 30 mil crianças e adolescentes estão sob medida de proteção. Destes, 96% vivem em abrigos instituições de acolhimento e apenas 4% em famílias acolhedoras.
Daniela fala da transformação, após viver a experiência, e dos benefícios para quem é acolhido: "Então a gente vai se envolvendo e eles vão crescendo, amadurecendo, esse vínculo vai ficando forte... esse amor que a gente tem ele cura, é um amor que ajuda muito, que fortalece. Então quando eles vão embora eles vão muito seguros, muito bem. Então, assim, é impressionante como a criança chega e como ela vai embora".
No Distrito Federal, moradores interessados em oferecer lar temporário a crianças ou adolescentes podem se inscrever a partir desta quinta-feira, dia 24, no site da Aconchego.
A campanha "Amor que cresce com você" vai durar três meses e espera atrair 150 novas famílias, de diversas configurações, incluindo pessoa solo, para integrar a política pública.
Entre os critérios, ser maior de 18 anos, não ter a intenção de adotar e nem estar no cadastro de adoção, não ter antecedentes criminais e ter concordância de todos os membros da família para compartilhar do mesmo lar.
Júlia Salvagni, psicóloga e vice-presidente do Aconchego, detalha outras habilidades mais subjetivas que são esperadas. "Que tem a ver com a disponibilidade afetiva, de tempo. A gente sempre faz com as famílias que participam do processo de capacitação um olhar para o quê que naquele ambiente existe para que os adultos cuidem com cuidado das crianças e que esse cuidado também não os desorganize", lista.
O período máximo de acolhida é de 18 meses. As famílias são selecionadas, preparadas e acompanhadas por uma equipe de profissionais da Aconchego. Mais informações na página aconchegodf.org.br.
Geral Brasília 24/10/2024 - 08:47 Bianca Paiva/Edgard Matsuki Daniella Longuinho - Repórter da Rádio Nacional Famílias acolhedoras adoção quinta-feira, 24 Outubro, 2024 - 08:47 3:38Agência Brasil