Os Estados Unidos prometeram mais U$ 667 milhões para o Fundo Pandêmico, cujo objetivo é prevenir ou enfrentar pandemias. Já a Alemanha se comprometeu a doar mais U$ 54 milhões. A meta dessa segunda rodada de doações é repetir os U$ 2 bilhões arrecadados em 2023. Os recursos são voltados para países com baixa e média rendas, como o Brasil, que já é beneficiado por um programa financiado pelo fundo, o Protector, destinado à população da Amazônia.
O anúncio da doação norte-americana foi feito nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, pela secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, durante o lançamento da Proposta de Investimentos para o Fundo. A iniciativa é um evento paralelo ao encontro de Deputies de Finanças e Bancos Centrais. O encontro integra o conjunto de reuniões do G20, um fórum informal que promove debate aberto e construtivo entre países industrializados e emergentes sobre assuntos chaves relacionados à estabilidade econômica global. Janet Yellen aproveitou para pedir mais doações.
"Estamos comprometidos em liderar pelo exemplo. Estou orgulhosa em anunciar que os Estados Unidos se comprometem a doar mais de 667 milhões de dólares. Isso é um terço da meta de arrecadação de 2 bilhões de dólares para o Fundo Pandêmico. Nós pedimos aos doadores que dupliquem as suas promessas iniciais de doação ao Fundo Pandêmico."
Também presente no evento, o diretor executivo sênior do Banco Mundial, Axel Trotsenburg, responsável pela Política de Desenvolvimento e Parcerias, alertou que os surtos de doenças epidêmicas trouxeram consequências socioeconômicas que perduram até hoje nos países atingidos; e chamou a atenção para a importância de se investir na prevenção de pandemias.
"Surtos anteriores de gripe aviária, SARS, ebola, nos trouxeram consequências econômicas e sociais de longo alcance. Isto quer dizer que a Covid não será a última pandemia. A previsão dos especialistas é de que há mais de 50% de risco de que nos próximos 25 anos haja uma nova. Por isso precisamos urgentemente investir no fortalecimento da capacitação de prevenção, preparação e resposta a pandemias. Isto é essencial, especialmente no Hemisfério Sul, que sofre de forma crônica com os baixos investimentos no setor."
A chefe executiva do Fundo Pandêmico, Priya Basu, avaliou positivamente o encontro e elogiou o esforço coletivo dos líderes presentes.
"Não só exemplifica o espírito de dedicação global, como também impulsiona o nosso ambicioso objetivo de garantir pelo menos U$ 2 bilhões de dólares em financiamento para os próximos 2 anos. Assim, com esta força, aguardamos ansiosamente os parceiros para fornecerem as suas intervenções de solidariedade, unindo forças para nos orgulharmos da nossa preparação coletiva para os próximos desafios que temos pela frente."
Para impulsionar a segurança sanitária, local e global, a FAU, Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura participará da implementação de 12 projetos no valor de U$ 264 milhões como parte da primeira rodada de financiamento do fundo para pandemias. As propostas envolvem a participação da organização em parceria com os governos e agências como a Organização Mundial da Saúde, o Fundo das Nações Unidas Para a Infância, o Banco Mundial e o Banco Asiático de Desenvolvimento. A próxima reunião do Fundo Pandêmico está prevista para 31 de outubro.
Agência Brasil