Acostumado a enfrentar resistência de aliados às suas medidas como presidente da República, Lula enfrenta um tipo de rebeldia diferente neste seu terceiro mandato: o de categorias intrinsecamente alinhadas ao seu governo e seu partido, o PT.
Em Alagoas, Lula enfrenta surpreso a rebeldia de duas frentes altamente "esquerdizadas": os professores e técnicos da Universidade Federal de Alagoas, e os movimentos de luta pela terra, através da indicação para a chefia do Incra no estado.
Docentes e técnicos da Ufal entraram em greve na última segunda-feira (29), em busca de reposição salarial e contra a redução no orçamento da universidade. O resultado prático do movimento é o atraso ainda maior do calendário universitário, que já andava bastante comprometido por paralisações anteriores.
Já os movimentos sociais ocupam desde o final de semana a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, em protesto contra a manutenção do controle do deputado Arthur Lira sobre o comando do órgão.
Apesar de terem conseguido derrubar o antigo superintendente primo de Lira, o ministro do Desenvolvimento Agrário Paulo Teixeira garantiu ao deputado a indicação do seu substituto. O fato revoltou os movimentos, que prometem endurecer a resistência até que um nome alinhado às causas assuma o cargo.
Não é fácil a vida de Lula em Alagoas - além de ter que enfrentar o conservadorismo dos políticos locais que por ora compõem o seu governo, o presidente tem que lidar ainda com os motins organizados pela própria esquerda.