A Braskem cancelou sua participação na Conferência Climática da ONU, a COP28, justificando que “a crise em Maceió se agravou”. Regiões da capital alagoana estão sob risco de desabamento devido à possibilidade de colapso em uma das minas de extração de sal-gema da empresa. Em nota à Reuters, a companhia alegou que “achou melhor cancelar sua participação em alguns painéis para evitar que o assunto sobrepujasse quaisquer outras discussões técnicas, dificultando eventuais contribuições que a empresa pudesse oferecer”.
O presidente executivo da Braskem, Roberto Bischoff, declarou nesta segunda-feira, 4, que existe a possibilidade de acomodação do solo na área de mina 18, que está em risco de colapso, mas que não é possível afirmar qual será o resultado. Já a Defesa Civil de Maceió afirmou em nota que a cidade permanece em “alerta máximo” com “risco iminente de colapso” da mina 18, localizada abaixo do bairro de Mutange.
A mineração na capital de Alagoas iniciou na década de 1970, para a extração de sal-gema, minério utilizado para fabricar soda cáustica e PVC, e com a autorização do poder público. Em 2018 começaram a surgir as primeiras grandes rachaduras no bairro Pinheiro. Meses depois, moradores dos bairros Mutange e Bebedouro também relataram o surgimento de rachaduras em suas residências. Em novembro de 2019, a Braskem anunciou o fechamento das minas de extração em Maceió. entretanto, esse trabalho de fechamento leva cerca de 10 anos para estabilizar o solo na região. Até então, mais de 14 mil imóveis foram desocupados, afetando mais de 60 mil pessoas e tornando áreas da capital em bairros fantasmas.
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