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Maceió

Novas revelações aumentam a suspeita que irmão do prefeito JHC bateu na noiva e jogou ela no chão

Uma das últimas fotos do casal
Uma das últimas fotos do casal
Novas revelações expõem a suposta agressão praticada pelo irmão do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas contra a noiva, a cirurgião-dentista Isadora Martins.
O fato foi registrado na tarde do sábado (18), no apartamento do irmão do prefeito JHC, o dentista João Antônio Holanda Caldas, o "Dr. JAC" ou "Dr JHC", candidato derrotado a deputado federal nas eleições de 2020, no oitavo andar do Residencial Good Life/Torre Azul, apartamento 811, no bairro da Jatiúca, em Maceió.

Para a polícia, conforme a narrativa da vítima, contido no Boletim de Ocorrência número 00148827/2023, a discussão teve início por conta do irmão do prefeito JHC não aceitar que ela viajasse para Goiás, sua terra natal, conforme já havia reservada a passagem. Em meio a discussão, Isadora teria sido agredida e jogada no chão. Um áudio da ligação de vítima para o Copom, da Polícia Militar, pedindo por socorro, foi divulgado em diversos grupos de aplicativos, reforçando que a jovem havia sim sido vítima de violência doméstica.

Com a chegada da guarnição da PM ao apartamento, o irmão do prefeito teria se trancado em um dos quartos e não aceitava entregar as roupas e outros objetos pessoais da vítima. Ao invés de se entregar aos policiais o irmão de JHC ligou para a mãe, a suplente do senador Rodrigo Cunha, Eudócia Caldas, que ao chegar ao apartamento e encontrar a vítima e os militares, conversou com o filho e em seguida ligou para o outro filho, o prefeito de Maceió, o qual determinou que um oficial da Polícia Militar, de prenome Diego, cedido ao gabinete militar da Prefeitura, fosse para o apartamento do irmão e evitasse que a situação chegasse aos meios de comunicação.

Na sequência também chegou ao apartamento um outro oficial, o sub-tenente do Corpo de Bombeiros Militar, de nome Gilvan Cabral. Os dois oficiais, conforme denúncias dos policiais da guarnição que estavam no apartamento tentando prender o irmão do prefeito JHC, tentaram por várias vezes interferir no trabalho dos militares, sendo necessário que um dos policiais ligasse para o oficial de plantão que determinou a Diego que parasse de interromper os trabalhos policiais ou seria detido.

Somente após isso, já se passando mais de uma hora de imbróglio, o suspeito decidiu se entregar à polícia, sendo levado na viatura da PM para a Central de Flagrantes, onde lá, foi recebido no estacionamento da delegacia pelo delegado Oldenberg Paranhos, pai da vice-prefeita da cidade de Atalaia, Camila Brasil, que é pré-candidata à prefeita, com apoio de JHC e do deputado federal e presidente da Câmara Federal Arthur Lira. Oldenberg, que não estava de serviço, de forma reservada, orientou o irmão do prefeito de Maceió para seu depoimento, tomado pelo delegado de plantão Antônio Henrique Pinto de Farias. "Dr JHC" negou a acusação de violência doméstica. O depoimento do suspeito aconteceu na presença do delegado Oldenberg Paranhos.

Cerca de duas horas após, o que foge da rotina dos casos de violência doméstica, quando a vítima chega a delegacia cerca de 20 minutos após o crime (salvo quando a vítima tem de ser medicada), chegava a Central de Flagrante a vítima, acompanhada de um dos oficiais da PM cedido ao gabinete da prefeitura.

Ouvida na Sala Lilás, a vítima, Isadora Martins, negou as agressões praticadas pelo irmão do prefeito de Maceió. Ela alegou que havia ficado nervosa após uma discussão entre o casal e ligado para a polícia, contrariando sua própria fala na ligação para o Copom, conforme o áudio que vazou as redes sociais.


Moradores do Residencial Good Life, onde o irmão do prefeito mora, confirmaram que eram constantes as brigas entre o casal. Em algumas delas a mulher teria ido para a janela pedir por socorro e em outras ela teria saído correndo pelas escadas do prédio.

A repercussão do caso, de forma surpreendente, resultou na tarde deste domingo (19), num texto publicado em algumas páginas de redes sociais, atribuindo a mensagem a própria Isadora Martins. A escrita nega que a dentista foi vítima de violência doméstica e acusa a atribui à divulgação do caso como fake news. O mesmo texto destaca ainda que o irmão do prefeito de Maceió nunca foi "preso ou detido" e que ela estava "desapontada" com a "disseminação de informações falsas".

O que causa dúvida na veracidade do texto é que na página de Isadora Martins nada foi publicado.

As corregedorias das Policias Militar e Civil devem abrir investigações a fim de esclarecerem toda a situação, uma vez que ainda existe a suspeita que a cena do crime (violência doméstica) teria sido alterada por policiais com o intuito de desconfigurarem o afronto a Lei Maria da Penha. Outra interrogação que deverá ser investigada pela PM é o porquê da presença na casa do irmão do prefeito, durante a ocorrência, de oficiais da corporação, que integram a assessoria militar da Prefeitura, os quais teriam tentado a todo momento impedir os trabalhos da guarnição que tentava conduzir o suspeito para a delegacia. Já a PC pretende esclarecer o porquê da presença de um de seus delegados, aconselhando e acompanhado o irmão do prefeito de Maceió, suspeito de agressão a mulher, dentro da Central de Flagrantes.

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