Bioeconomia é um conceito que se refere a uma economia baseada em recursos biológicos e processos sustentáveis — ela envolve o uso e a valorização de recursos como plantas, animais, microrganismos e ecossistemas para produzir diferentes produtos e serviços, podendo abranger setores como agricultura, silvicultura, pesca, aquicultura, biotecnologia, medicina, alimentos, energia renovável e produtos químicos sustentáveis. Ela promove a ideia de que podemos atender às nossas necessidades econômicas, sociais e ambientais de maneira equilibrada, aproveitando os recursos naturais de forma responsável e minimizando os impactos negativos no meio ambiente.
Em suma, a bioeconomia busca uma abordagem mais sustentável e integrada para a produção e o consumo, levando em consideração a conservação dos recursos naturais, a mitigação das mudanças climáticas e o desenvolvimento econômico. Ela desempenha um papel importante na transição para uma sociedade mais verde e na busca por soluções para desafios globais, como a escassez de recursos e a degradação ambiental. Entre seus principais impactos, estão o combate ao aquecimento global, a valorização da agricultura, a preservação da flora e da fauna, o aproveitamento de resíduos e a conciliação do progresso com o desenvolvimento social.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
A bioeconomia ainda se revela uma ferramenta para alcançar alguns dos 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Agenda 2030 — o projeto foi construído durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em 2015, com a proposta de transformar as condições dos países até 2030. Empregando a bioeconomia, o planeta consegue cumprir com objetivos como: assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos; assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis; e proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres.
Bioeconomia no Brasil
No Brasil, o tema começou a ser debatido em meados da década de 1970, quando o governo federal lançou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) para diminuir a dependência da gasolina e outros derivados de petróleo no setor de combustíveis. A mudança foi motivada pela crise do petróleo, que fez o preço dos barris dispararem, limitando o acesso a esse recurso. Por aqui, a bioeconomia é uma das alternativas mais promissoras para o desenvolvimento sustentável do país, principalmente na Amazônia. E como esse modelo de produção utiliza tecnologia e inovação, ele ainda oferece oportunidades de renda e desenvolvimento para as populações locais. Segundo a Associação Brasileira da Bioinovação (BBI), a implementação da bioeconomia no Brasil pode gerar um faturamento anual de US$ 284 bilhões por ano. Entre os pilares que podem continuar impulsionando essa área nos próximos anos estão a economia circular, a transformação de resíduos, a biotecnologia e a energia limpa.
Bioeconomia em diferentes frentes
Nesse caminho, algumas empresas brasileiras já se destacam. É o caso do Grupo BBF (Brasil BioFuels), pioneiro na criação de soluções sustentáveis para a geração de energia renovável nos sistemas isolados da região amazônica com usinas termelétricas movidas a biocombustíveis produzidos na região. A empresa, que é a maior produtora de óleo de palma da América Latina, recupera áreas degradadas, sequestra carbono da atmosfera e gera emprego e renda para a região.
O Grupo BBF tem um modelo de negócio integrado e verticalizado, em que domina toda a cadeia produtiva. A companhia desenvolve todas as suas atividades a partir de um ciclo que envolve desenvolvimento socioeconômico, geração de empregos — são cerca de 7 mil diretos e outros 21 mil indiretos — e preservação ambiental. No Norte do Brasil, a palma de óleo é cultivada de forma sustentável, do plantio ao processamento do fruto. Atualmente, são 75,6 mil hectares cultivados com a palma de óleo — 15,2 mil hectares em São João da Baliza (RR) e 60,3 mil hectares no Pará, em quatro polos de produção agrícola, localizados nos municípios de Acará, Concórdia, Moju e Tomé-Açu. Nas regiões, estão 11 milhões de árvores de palma de óleo plantadas pelo Grupo BBF em áreas degradadas da Amazônia que estão recuperando a vida e o bioma da floresta. As áreas de cultivo de palma capturam anualmente cerca de 729 mil toneladas de carbono no Pará e 71 mil toneladas de carbono em Roraima. Além disso, cabe destacar que as áreas de Reserva Legal protegidas pelo Grupo BBF estocam cerca de 26,6 milhões de toneladas de carbono no Pará e cerca de 3,1 milhões de toneladas de carbono em Roraima.
Já no setor de energia, o Grupo BBF possui usinas termelétricas com capacidade total de geração de 238 MW, atendendo localidades isoladas na região Norte. São 25 usinas em operação com 86,8 MW de capacidade de geração e outras 13 em implementação. Todas elas operam com biocombustíveis renováveis (biodiesel e óleo vegetal) e biomassa oriunda da palma de óleo. A companhia gera energia renovável para mais de 140 mil moradores de localidades isoladas da Amazônia. Todas as verticais da BBF — Agro, Biocombustíveis, BioTech e Energia — atuam seguindo o modelo sustentável da bioeconomia.
"A bioeconomia alia preservação ambiental, melhoria da qualidade de vida das pessoas e desenvolvimento socioeconômico. A partir do óleo de palma, é possível falar de bioeconomia dentro dos setores elétrico, químico e de biocombustíveis, além do agronegócio. O desenvolvimento sustentável na região amazônica é urgente. É preciso viabilizar formas de manter a floresta em pé, mas também oferecer emprego, renda e riqueza para a população. Descarbonizar a floresta amazônica a partir de produtos e serviços mais sustentáveis é uma meta que deve ser colocada em prática o mais rápido possível", analisa Milton Steagall, CEO do Grupo BBF.
Biocombustíveis em destaque
Os biocombustíveis desempenham um papel significativo no cenário da bioeconomia, especialmente se tratando de questões relacionadas à energia renovável e à redução das emissões de gases de efeito estufa. Entre os papéis-chave dos biocombustíveis na bioeconomia estão a substituição de combustíveis fósseis, a redução das emissões de carbono, o estímulo à agricultura sustentável, o desenvolvimento econômico regional e a pesquisa e a inovação. Desde 2009, o Grupo BBF produz biocombustíveis a partir do óleo de palma. Com mais de 64 milhões de litros de biodiesel de capacidade de produção por ano, a atuação da empresa no segmento conta com a certificação Biocombustível Social.
No Brasil, o biodiesel, por exemplo, é regulado desde 2005 e utilizado no abastecimento de frotas pesadas, máquinas agrícolas e geradores de energia, entre outras funções. O biodiesel é um biocombustível renovável e biodegradável — não contém enxofre, não emite substâncias cancerígenas e evita a emissão de carbono. Além disso, possui papel fundamental na transição energética de diversos setores, tais como logística, agrícola e energia.
O Grupo BBF é pioneiro no desenvolvimento de novos biocombustíveis com o objetivo de acelerar a descarbonização da economia e promover o desenvolvimento da Amazônia. Nesse sentido de expandir sua oferta de biocombustíveis, a empresa firmou parcerias para a produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e Diesel Verde. Os novos biocombustíveis avançados serão produzidos a partir de 2026 na primeira biorrefinaria do país, em fase de construção na Zona Franca de Manaus, com capacidade de produzir cerca de 500 milhões de litros dos inéditos biocombustíveis anualmente.
Fonte: Jovem Pan