Os 211 brasileiros resgatados de Israel, que chegaram na madrugada desta quarta-feira, 11, em Brasília, foram orientados a dormir de roupa de viagem e com o passaporte em mãos. Isso é o que explica Neiryane Aguiar, irmã de uma das repatriadas, que também contou como foi a tensão dos familiares em busca de notícias. “Ela chegou no sábado em Jerusalém já sabendo do conflito. Ficamos preocupados porque até então não estávamos ciente. Quando vimos no noticiário ficamos aflitos, pensando o que ela iria fazer. Logo ela nos disse que a orientação era para que ficassem no hotel. Falaram também que ao ouvir uma sirene tinham que descer para um bunker. Já próximo de voltar para o Brasil, a orientação era para dormirem com roupa e passaporte, para qualquer aviso já estarem preparados”, comentou em entrevista exclusiva à Jovem Pan News. Já um casal, que tinha ido viajar para capital do país do Oriente Médio, falou como foi a conversa com o Itamaraty, que garantiu o retorno dos brasileiros. “No sábado, estávamos saindo do hotel quando teve o primeiro bombardeio. A sirene tocou e pensamos que tinha algo estranho. Uma correria se instaurou e logo voltamos para o hotel, onde as pessoas já estavam indo para o bunker. Neste momento, estavam chegando os primeiros mísseis que cruzaram Jerusalém. Entrei em contato com o Itamaraty e pediram para comunicar a embaixada em Tel Aviv. No domingo de manhã me responderam com as orientações”, explicou o marido de Eliane Motta. A brasileira frisou que Israel fez um pedido para todos que estavam deixando país. “O hotel onde estávamos foi evacuado. Existe uma guerra real. O pedido agora de Israel para nós que saímos é para contar a verdadeira história. O Hamas arrombou a porta e matou famílias”, acrescentou.
A primeira aeronave (KC-30) da FAB (Força Aérea Brasileira) com 211 repatriados de Israel pousou às 4 horas desta quarta na Base Aérea de Brasília. A missão faz parte da Operação Voltando em Paz, do governo federal, que atua na retirada de brasileiros da área de conflito entre Israel e Palestina. Após os procedimentos de desembaraço alfandegário, os repatriados com destino final em Brasília foram direcionados até a área doméstica de desembarque do Aeroporto Internacional de Brasília, para encontro com seus familiares. Já os passageiros com destino ao Rio de Janeiro foram transportados em duas aeronaves da FAB, um KC-390 Millennium e C-99, até o posto CAN da Base Aérea do Galeão. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, outras cinco aeronaves estão previstas para serem enviadas até domingo, 15, com objetivo de resgatar os que continuam no país enquanto o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas continua na Faixa de Gaza e no território israelense. A segunda e a terceira aeronave foram enviadas nesta terça-feira, 10.
Cerca de 2.500 brasileiros demonstraram interesse em voltar ao país. Eles preencheram um formulário online disponível no site da embaixada Tel Aviv. Segundo o órgão, o preenchimento do formulário não assegura direito à repatriação e a inclusão na lista de passageiros será informada posteriormente. O Itamaraty diz que segue acompanhando a situação dos turistas e das comunidades brasileiras na região. A estimativa é que 14 mil brasileiros vivem em Israel e 6 mil na Palestina, a grande maioria fora da área afetada pelos ataques. O governo brasileiro reservou seis aeronaves da FAB para a repatriação.
Jovem Pan