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Copom chega a unanimidade sobre manutenção do ritmo do corte de juros nos próximos meses; Selic deve encerrar o ano a 11,75%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros pela segunda reunião consecutiva nesta quarta-feira, 20.


Foto: Reprodução internet

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros pela segunda reunião consecutiva nesta quarta-feira, 20. Com isso, a Selic ficou em para 12,75% ao ano, seguindo as expectativas do mercado. O Comitê indicou que os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado. O fato de o grupo ter feito a decisão de forma unânime, ao contrário do que foi visto da reunião anterior, foi visto como positivo pelos analistas. Além disso, o comitê indica que pode continuar as reduções no mesmo ritmo para as próximas decisões. Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, indica que a decisão já era esperada pelo mercado e o que estava em jogo era o tom que seria adotado pelo comitê. “A gente vê certas curvaturas mais conservadoras e cautelosas. O Copom colocou explicitamente e no plural a manutenção do ritmo no corte de juros nas próximas duas reuniões. Portanto, devemos encerrar o ano em 11,75%. Isso esvazia bem a chance de um eventual corte de 0,75 p.p. em dezembro”, afirma.

Segundo Raphael Vieira, co-head de Investimentos da Arton Advisors, observa que o tom do comunicado foi na linha dovish (menos agressiva) por entender que o ciclo de afrouxamento monetário seguirá no mesmo passo ao longo das próximas reuniões.”O comunicado do Copom veio muito em linha com as expectativas do mercado e houve um componente interessante de unanimidade tanto na decisão por reduzir como de possivelmente manter o passo para as próximas reuniões. O Banco Central reforçou a importância de se perseguir as metas fiscais e vai observar o conjunto de dados ao longo dos próximos meses para avaliar se esse ritmo de redução poderia ser passível de mudança. O mercado já havia precificado 99% de chance de corte de 0,50%, o que pode trazer ainda mais convicção para a precificação dos juros é o fato de agora a decisão ser unanime entre os membros do comitê”, esclarece.

Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, avaliou que a decisão do Banco Central evita prejuízos adicionais para o mercado de crédito e para a atividade econômica. “É preciso reverter o quadro negativo de concessão de crédito às empresas. Nos primeiros sete meses do ano, o crédito recuou 5%, na comparação com o mesmo período do ano passado. A redução da Selic é necessária, não compromete o processo de combate à inflação e evita mais restrições à atividade industrial”, pontuou. Na ata da reunião anterior, os membros do grupo já haviam sinalizado a possibilidade de continuar com reduções de 0,5 ponto percentual nos encontros seguintes. A última edição do Boletim Focus, que mede as expectativas do mercado, também projetava o corte de 0,5 p.p. Dados positivos na economia dos últimos dias também incentivaram a decisão.

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