A Gâmbia anunciou, nesta sexta-feira, 21, que quatro xaropes para tosse importados da Índia foram responsáveis pela morte de pelo menos 70 crianças em 2022. De acordo com uma comissão de investigação do governo do país africano, as mortes foram por causa de insuficiência renal aguda. Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde declarou que o grupo de trabalho encontrou várias falhas nos controles regulamentares que levaram ao uso desses medicamentos. O chefe da pasta informou ainda que o diretor e o número dois da Agência de Controle de Medicamentos da Gâmbia foram demitidos e apontou um farmacêutico como responsável pela autorização de importação dos xaropes, sem realizar as inspeções exigidas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esses medicamentos continham quantidades “inaceitáveis” de dietilenoglicol e etilenoglicol, que são usados habitualmente como anticongelantes, substância tóxico que causa “lesões renais agudas que podem provocar a morte”, advertiu a agência da ONU. O grupo de especialistas pediu controle mais rígido dos medicamentos em circulação e assinalou que o governo estava avaliando como processar o laboratório farmacêutico da Índia. Um julgamento deve ter início no final de outubro na Gâmbia. Depois do escândalo sanitário, a Índia abriu uma investigação e fechou a fábrica da Maiden Pharmaceuticals no norte do país em outubro do ano passado.
Jovem Pan