A Petrobras anunciou novo reajuste para os combustíveis a partir desta terça-feira, 9. O valor da gasolina para as distribuidoras passará a ser de R$ 2,84 por litro, refletindo uma aumento médio de R$ 0,23 por litro no preço de venda — alta de 9,2%. Este é o sexto reajuste do combustível em 2021. Desde o início do ano, a gasolina já encareceu 54,3% aos distribuidores. Já o preço médio de venda de diesel nas refinarias passará a ser de R$ 2,86 por litro, representando aumento médio de R$ 0,15 por litro — variação de 5,5%. O óleo diesel já foi reajustado cinco vezes em 2021 e acumula alta de 41,5%. Este é o segundo reajuste dos combustíveis apenas em março, após a intervenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no comando da petroleira ao substituir Roberto Castello Branco pelo general Joaquim Silva e Luna.
Em nota, a Petrobras afirma que o encarecimento dos produtos segue a política de paridade com o preço internacional adotada pela empresa, e que o reajuste aos distribuidores não significa a elevação no preço nas bombas. “Os preços praticados pela Petrobras, e suas variações para mais ou para menos, associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio, têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais. O preço da gasolina e do diesel vendidos na bomba do posto revendedor é diferente do valor cobrado nas refinarias da Petrobras. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis”, informa.
A troca no comando da estatal, no fim de fevereiro, foi vista pelo mercado como uma ameaça à independência da petroleira e deflagrou uma fuga de investidores e fez o valor da companhia despencar R$ 100 bilhões em pouco mais de três dias na semana passada. A saída de Castello Branco ocorreu dias depois de a Petrobras anunciar novo reajuste para o diesel e gasolina. Na quinta-feira passada, 25, a estatal reportou lucro de R$ 7,1 bilhões no ano passado após conseguir reverter três trimestres de prejuízo em um superávit de R$ 60 bilhões nos últimos três meses do ano.