Para garantir a boa vontade de deputados e senadores nas votações do Congresso Nacional, o Palácio do Planalto pretende sinalizar a liberação de recursos em emendas para o Legislativo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer ter certeza de que isso é possível e, por causa disso, consultou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para alinhar os discursos da área política com a área econômica. Em entrevista à Jovem Pan News, Haddad se comprometeu a não impor dificuldades na liberação de emendas parlamentares e lembrou inclusive que este foi um compromisso firmado no ano passado com o Congresso para a aprovação da chamada PEC da Transição: “Deixei claro para o presidente de que o orçamento está liberado, por parte da Fazenda. Nós estamos com um cronograma de desembolso absolutamente rigoroso, em relação ao decreto que o Tesouro e a SOF assinaram no começo do ano. E, do ponto de vista da Fazenda, temos tranquilidade para a área política fazer seu trabalho”.
“Tem emenda individual, que é de execução obrigatória, tem as emendas de bancada e o chamado RP-2. Tudo somado, você está falando de mais de R$ 40 bilhões”, declarou Haddad. Nesta terça-feira, 2, antes de se reunir com o ministro da Fazenda, Lula também se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). O chefe de Estado afirma que tenta não se envolver em assuntos do Congresso Nacional porque a negociação é sempre muito complicada. Nesta semana, quando haverá a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), cresce a pressão para que Lula indique os novos diretores do banco. Segundo o Ministério da Fazenda, a atribuição é do presidente da República e os nomes devem ser anunciados em breve. Já Haddad se prepara para embarcar ao Japão na semana que vem, onde acontece a reunião do G7. Existe a expectativa de Lula também ir ao encontro, mas sua participação ainda não está confirmada.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
Jovem Pan