Valor Invest
Considerando a inflação, a diária média do setor estaria cerca de 10% abaixo de 2019, reforçando assim um dos desafios da indústria em 2023 O setor de hotelaria no Brasil registrou uma ocupação média de 59,20% em 2022, praticamente em linha com os 59,37% de ocupação de 2019, antes dos impactos da pandemia. Já a diária média fechou em R$ 282,85, alta nominal de 21% na comparação com o pré-pandemia. Considerando a inflação, entretanto, a diária média do setor estaria cerca de 10% abaixo de 2019, reforçando assim um dos desafios da indústria em 2023, segundo Orlando de Souza, presidente executivo do FOHB. O levantamento considera dados de cerca de 440 hotéis no país. O RevPar (receita por apartamento disponível, um dos principais indicadores do setor) fechou em R$ 167,44, alta de 20,6% na comparação com 2019. Entre as regiões, a maior alta do RevPar foi o Norte, com 31,1%, para R$ 143,03. No Sudeste, o salto foi de 19,2%, para R$ 174,53. Considerando apenas os dados de dezembro, a taxa de ocupação nacional foi de 53,39%, queda de 1,26 ponto percentual. A diária média ficou em R$ 343,65, alta de 36,2%. Já o RevPar foi de R$ 182,93, alta de 33,1%.“Os anos de 2020 e 2021 foram de sobrevivência. E em 2022 vimos uma retomada, em especial da demanda, que vemos pela boa taxa de ocupação”, disse Souza.Para 2023, a perspectiva é de continuar a retomada, mas há dúvidas, sobretudo com o cenário econômico. “Em meio a um cenário econômico e político seguros, sim, vamos continuar crescendo. É possível que tenhamos um avanço na demanda e aumento das taxas de ocupação em alguns lugares”, disse, destacando regiões com apelo ao turismo como mais favoráveis hoje.Já o turismo de negócios ainda enfrenta desafios, em especial em grandes cidades do Sudeste. Em São Paulo, por exemplo, a taxa de ocupação foi de 60,12% em 2022, queda de 5,6 pontos percentuais contra 2019. “Existe espaço para aumentar essa demanda”, disse. Souza destacou que para além dos indicadores do setor, os hotéis estão ainda em fase de retomada nos fluxos de caixa depois de dois anos complexos. “Isso comprometeu investimentos, contratação de pessoal e formação de mão de obra. O ano de 2023 é de estabilizar o fluxo de caixa e retornar a uma operação mais normalizada da hotelaria”, disse. TurismoPixabay