O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), afirmou que vai votar a ‘PEC fura-teto’ na próxima terça-feira. O texto segue emperrado na casa por dificuldades na negociação entre a equipe de transição e integrantes do chamado Centrão. Já no Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) adiou a votação da mudança da Lei das Estatais após a repercussão negativa da indicação de Aloizio Mercadante ao BNDES. Para comentar a semana agitada do Congresso Nacional, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Bibo Nunes (PL), que criticou a flexibilização da quarentena, de 36 meses para 30 dias, para que políticos possam assumir cargos em estatais.
“O governo novo já chega só com absurdos, estourando teto e fazendo com que se constate que esse governo quer dar cabides de emprego. O empreguismo desenfreado vai voltar, para quê isto? Para beneficiar Mercadante sendo presidente do BNDES. O BNDES foi um caos no governo de esquerda. Colocar Mercadante como presidente do BNDES é como colocar o vampiro cuidando do banco de sangue. Não tem fundamento. E outra, três anos [de quarentena] é o correto (…) Temos que colocar nas estatais e ministérios, como colocou o governo Bolsonaro, pessoas técnicas com capacidade. E não dar cargos para seus apaniguados”, defendeu.
A respeito da PEC da Transição, que pretende furar o teto de gastos em R$ 145 bilhões por dois anos para cumprir as promessas de campanha de Lula (PT), o parlamentar deu detalhes sobre as articulações na Câmara para barrar a proposta ou modificar o texto: “Nós do PL, principalmente no mérito, votaremos não com certeza. Depois, nós temos um destaque supressivo. Onde fala em R$ 145 bilhões nós queremos suprimir, ficando em R$ 45 bilhões. No meu caso, eu voto contra os R$ 45 bilhões também. Porque eu não quero que passe um centavo do teto de gastos. Um governo que já chega querendo gastar e querendo colocar aí 13 ministérios a mais e um salário mínimo além do previsto”.
“Acho muito difícil que eles consigam os 308 votos. Se não fosse o fato de permitir a votação à distância, com certeza absoluta não seria aprovada essa PEC, para o bem do Brasil. Começar o governo com irresponsabilidade fiscal não dá. O que dizem os esquerdistas: ‘Mas, o Bolsonaro prometeu os R$ 600’. Sim, prometeu. Mas Bolsonaro iria enxugar e economizar. Paulo Guedes tinha a solução para pagar os R$ 600 sem furar o teto. Precisamos de responsabilidade fiscal, de minha parte não voto a favor de um centavo a mais sequer”, argumentou.
Bibo Nunes também ressaltou que as justificativas que o governo de Jair Bolsonaro (PL) teve para furar o teto de gastos durante o mandato já não existem mais no contexto atual: “É muito simples explicar por que foi furado o teto. Estávamos vivendo uma brutal pandemia mundial e uma guerra, afetando toda a economia. Pessoas desempregadas e empresas quebrando e fechando. Vivíamos uma pandemia, hoje não tem mais pandemia. O que querem é simplesmente aumentar o número de ministérios e continuar com os R$ 600 mais R$ 150 para crianças até 6 anos com um dinheiro que não pode ser colocado à disposição”. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.
Fonte: Jovem Pan