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Pix cresce no e-commerce e especialistas preveem alta no uso do recurso com Open Finance

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O uso do Pix como meio de pagamento entre pessoas e empresas, principalmente as varejistas, cresce a cada dia no Brasil. De acordo com o Banco Central (BC), o número de transações em setembro deste ano cresceu 225% em comparação ao mesmo período de 2021. De 130 milhões saltou para 430 milhões. No entanto, o valor das transações cresceu menos, o que representa a maior participação de compras de pequeno valor. Mesmo assim, o total quase dobrou durante o mesmo período e foi de R$ 48,9 bilhões para R$ 91,7 bilhões. No acumulado deste ano, até setembro, o valor pago por Pix entre pessoas e empresas chega a R$ 680 bilhões. O gerente de produtos responsável pelo Pix da Gerencianet, Francisco Carvalho, afirma que o Pix foi aderido de forma rápida e que teve três momentos importantes para tal crescimento. “No primeiro, vimos o Pix ser amplamente abraçado pela população, que rapidamente entendeu seus benefícios. Dessa forma, houve um aumento acelerado das transações Pix P2P, ou seja, entre pessoas físicas”, inicia. No segundo momento, ele comenta sobre as empresas também começarem a usar o Pix. “Houve uma crescente nos pagamentos P2B, ou seja, pessoas físicas efetuando compras no varejo físico e digital”, explica. “O terceiro momento acontece agora, e potencializa a utilização do Pix por meio de mais uma grande inovação: o Open Finance. Acredito que a inclusão do Pix como primeira forma de recebimento na iniciação de pagamento pelo Open Finance vai ampliar ainda mais o seu uso em transações comerciais, já que vai tornar a jornada do pagador ainda mais rápida. Com o Pix via Open Finance, o pagador não precisará sair do ambiente de compra para acessar o aplicativo do seu banco, o que torna o processo ainda mais simples. Vejo que a integração dessas duas ferramentas vai ser muito positiva para empreendedores e pagadores”, acrescenta.

Criado em 2020, o Pix “deu fim” às transferências bancárias por DOC e TED e agora também mostra que pretende “acabar” com o pagamento em boleto nos e-commerces. Os varejistas olham o Pix como o “menino dos sonhos”. Isso porque o pagamento instantâneo pode crescer o número de vendas no comércio eletrônico e diminuir o abandono de compras. O Head de Alocação da Investmart XP nas matrizes Rio de Janeiro e Minas Gerais, o economista Daniel Amaro, diz que o Pix é uma ferramenta atrativa para o varejo na medida em que não possui custos para pessoas físicas, bem como é uma operação imediata, sendo realizada no mesmo segundo. “Observamos que é uma operação de fácil acesso em que é necessário apenas uma chave para autorizar as operações. Hoje, no Brasil, temos muitos trabalhadores informais. Logo, o Pix mitiga esses custos operacionais das maquininhas e facilita o fluxo de recebimento”, afirma o economista. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), os pagamentos com boletos não são realizados em 50% das vezes. Outro levantamento, da Adyen, aponta que 52% dos consumidores do Brasil desistiram de comprar devido ao fato de não ter a opção de pagamento que desejavam. “O Pix auxilia na gestão de estoque, uma vez que, ao comprar com boleto bancário, o consumidor tem até 72 horas para pagar, enquanto o código Pix expira em cerca de 30 minutos, caso o pagamento não seja realizado. Isso evita que o comerciante separe uma compra que pode não ser efetuada”, acrescenta Daniel Amaro.

Na Forster Nutrition, loja virtual de suplementos, o Pix foi implantado em março deste ano. De acordo com um dos sócios proprietários Gustavo Machado, as vendas aumentaram em cerca de 25% desde que o Pix foi colocado como forma de pagamento. “É bacana porque os consumidores às vezes ficam encucados de fazerem pagamento em algum site que ele nunca comprou e terem que colocar todos os dados deles. Com o Pix eles não precisam colocar o nome do cartão e código de segurança. Deixa mais prático. O consumidor, hoje em dia, quanto mais rápido ele conclui a compra e menos dados ele escreve, ele tem uma experiência melhor. Para nós, a vantagem é que recebemos na hora. Foge do boleto, daquela demora para compensar, de às vezes o cliente falar que pagou e o banco não compensar. Fugimos também das taxas abusivas dos cartões de crédito, de venda online. As vezes o consumidor compra no cartão e quer cancelar e, para isso, temos que ligar na operadora do cartão ou na plataforma de pagamento. No Pix, se ele quer cancelar, só estornamos o valor. Simples”, comentou.

Em relação às pessoas físicas que utilizam o Pix, Daniel Amaro diz que os idosos são aqueles que possuem menor adesão à ferramenta no dia a dia. Ele aponta que apenas 4,1% das transações de Pix são feitas por esse público e explica que o motivo é a dificuldade de aprender a usar a forma de pagamento. “Por se tratar de uma tecnologia nova, ainda existe um ceticismo por essa classe. As pessoas que não utilizam Pix no seu dia a dia ficam reféns do dinheiro em cash, das TEDs/DOCs, o que se torna insustentável no longo prazo”, explica. Segundo o economista, atualmente, o grupo que possui maior atuação são adultos entre 30 e 39 anos com 30,2% das transações.

Fonte: Banda B

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