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Desmatamento é o maior em 15 anos, e passa de 9 mil km² em 2022, diz Imazon

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A área desmatada até setembro deste ano corresponde a quase oito vezes a cidade do Rio de Janeiro A área de floresta derrubada na Amazônia Legal atingiu 9.069 km²entre janeiro e setembro deste ano. Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), é a maior devastação em 15 anos, desde que a organização implantou seu Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) para a Amazônia Legal, em 2008.

A área desmatada até setembro deste ano corresponde a quase oito vezes a cidade do Rio de Janeiro, conforme destaca o Imazon. Considerando apenas o mês de setembro foram destruídos 1.126 km² de floresta na Amazônia, o que equivale a mais de três vezes o tamanho de Belo Horizonte.

De acordo com os dados, esse foi o terceiro pior setembro em 15 anos, ficando atrás apenas de 2021 e 2020.

O Imazon também aponta que 49% do desmatamento esse ano ocorreu no Pará: 553 km². O relatório indica que a derrubada da floresta está avançando para o norte e se aproximando do maior bloco de áreas protegidas do mundo, o que representa uma grande ameaça à biodiversidade amazônica e aos povos e comunidades tradicionais da região.

Outro problema observado no Pará, segundo aponta em nota a pesquisadora do Imazon, Raissa Fernanda Ferreira, é o avanço da destruição dentro de terras indígenas e unidades de conservação.

“Seis dos 10 territórios indígenas mais desmatados em setembro estão em solo paraense, inclusive o Apyterewa, que liderou o ranking. O local, que neste ano vem sofrendo mensalmente com o avanço das invasões, perdeu apenas no mês passado uma área equivalente a 1,8 mil campos de futebol”, escreveu.

Já em relação às unidades de conservação, o Pará tem cinco das 10 mais destruídas, com destaque negativo para a APA do Lago de Tucuruí, a segunda colocada”, afirma a pesquisadora do Imazon.

O segundo estado onde a Amazônia mais perdeu floresta em foi o Amazonas, com 193 km², corresponde a 17% do desmatamento em setembro. Em solo amazonense, a destruição avança pelo Sul, onde o Imazon afirmar existir forte pressão de grileiros. Apenas dois municípios dessa região, Lábrea e Boca do Acre, somaram 38% do total desmatado no estado.

Em terceiro lugar ficou o Acre com 13% do desmatamento total, onde foram derrubados 140 km² de floresta. O relatório indica que 18% da área desmatada está dentro da Resex Chico Mendes (26 km²), o que fez o território ser a unidade de conservação mais devastada na Amazônia no mês de setembro.

“É importante ressaltar que, além do governo federal, os estados têm grande responsabilidade no combate ao desmatamento. Além da legislação permitir que os órgãos estaduais também autuem responsáveis por crimes ambientais em áreas federais, os governos dos estados podem cancelar os Cadastros Ambientais Rurais (CARs) sobrepostos a áreas protegidas tanto sob jurisdição própria quanto da União”, pontua o comunicado do Imazon.

Vista aérea de um desmatamento na Amazônia para expansão pecuária

Victor Moriyama/Amazônia em Chamas

Fonte: Valor Invest

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