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Na avaliação do ex-governador do Espírito Santo, resultado apertado do primeiro turno deve fazer Lula e Bolsonaro adotarem posições mais moderadas para buscar o voto dos indecisos O segundo turno das eleições no Brasil tende a ser marcado por campanhas "mais razoáveis" e o candidato à Presidência da República que insistir na polarização que marcou o primeiro turno vai perder a corrida eleitoral, na avaliação do ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung. O presidente Jair Bolsonaro (PL) busca a reeleição em disputa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)."O segundo turno tem tudo para fazer bem ao país. É um período curto e quem quiser ganhar, vai ter se de movimentar. Aquele que ficar no mesmo lugar, vai perder a eleição", disse Hartung, pouco antes da abertura de congresso da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP).O ex-governador e ex-senador é presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que representa produtores de celulose e papel e painéis de madeira no país, entre outros. "Tenho uma visão muito moderadamente otimista [quanto às discussões de segundo turno], mas é óbvio que não cura a divisão e outros problemas do país", acrescentou.Para Hartung, que já apostava em uma disputa dura no primeiro turno dada a divisão vista no país - e comprovada pelas urnas -, esse resultado apertado deve levar tanto Lula quanto Bolsonaro a buscar posições mais moderadas para conquistar o voto dos indecisos."Não estou surpreso com o resultado do primeiro turno. Tenho andado por todo o país e conversado com pessoas de diferentes posições, e fica claro que o Brasil está dividido", reiterou.O fato de os mercados terem respirado aliviados ontem, após os resultados do primeiro turno, também reflete a expectativa de que os candidatos vão buscar caminhos "mais razoáveis" agora. Além disso, o próximo Congresso Nacional, de centro-direita e sensível às reformas necessárias, já foi definido, apontou.Paulo Hartung, ex-governador do Espírito SantoAna Paula Paiva/Valor