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Ucrânia anuncia retomada de cidade e Rússia cita reorganização, com guerra em nova fase

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Militares ucranianos conseguiram entrar em Kupiansk, um entreposto ferroviário que estava sob controle russo havia meses e pelo qual passavam suprimentos enviados de Moscou Numa aparente intensificação da contraofensiva ucraniana no conflito contra a Rússia, Kiev anunciou neste sábado (10) o que seriam avanços significativos de suas forças nas regiões leste e nordeste do país para recapturar territórios tomados nos primeiros dias da invasão.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia classificou a ação de extraordinária. Segundo a pasta, militares do país conseguiram entrar em Kupiansk, um entreposto ferroviário que estava sob controle russo havia meses e pelo qual passavam suprimentos enviados de Moscou para o foco principal de sua ação, os combates no Donbass, na fronteira a leste de Kharkiv.

"Resistência fez Ucrânia renascer", exaltaou Zelensky, presudente ucraniano

Evgeniy Maloletka/AP

"As tropas ucranianas estão avançando no leste, liberando mais cidades e vilarejos. Sua bravura, juntamente com o apoio militar ocidental, está produzindo resultados extraordinários", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, em comunicado.

Ainda que as informações não possam ser verificadas de maneira independente, sinais emitidos por Moscou indicam que a nova fase da guerra está mesmo se consolidando. Citando o Ministério da Defesa, a agência estatal russa TASS noticiou o deslocamento de tropas de Izium para outros pontos do Donbass, no que meios ocidentais viram como aparente colapso das forças do Kremlin em um dos principais fronts.

O entusiasmo de Kiev, contudo, é visto com cautela por analistas militares -considerando que, além dos combates, a guerra de narrativas permeia o conflito. Tão logo divulgou os avanços sobre esses bastiões russos, o governo ucraniano solicitou ao Ocidente o envio de novas armas, afirmando que derrotar Moscou "significa uma vitória para a paz".

Seis meses depois da invasão à Ucrânia, dados do Instituto da Economia Mundial de Kiel mostraram que a Europa diminuiu drasticamente o envio de recursos para o país. Na ponta oposta, os EUA anunciaram no mês passado o envio de outros US$ 3 bilhões (R$ 15,2 bi) em ajuda militar, oriundos do pacote bilionário de assistência aprovado pelo Congresso.

Nesta sexta-feira (9), o presidente Volodimir Zelenski anunciou que suas tropas haviam retomado cerca de 30 cidades no nordeste do país, na região de Kharkiv, como parte da contraofensiva.

Os avanços foram confirmados em uma rara admissão feita por um dos administradores indicados pelo Kremlin para aquela área do nordeste ucraniano, Vitali Gantchev. Já o Ministério da Defesa russo anunciou o envio de reforços à região e divulgou um vídeo com imagens de vários caminhões militares transportando canhões e veículos blindados. Neste sábado, diante da contraofensiva, a Rússia anunciou que vai reagrupar forças na região de Kharkiv.

A maior cidade até agora reconquistada pelas tropas ucranianas é Balaklia, onde cerca de 30 mil pessoas viviam antes da guerra. Alguns relatórios sugerem que as forças de Kiev avançaram ainda mais para leste.

Em Izium, ao sul de Kharkiv, o chefe da administração de Moscou disse à agência russa Ria Novosti que a situação naquela área era muito difícil. "Nas últimas duas semanas, a cidade foi bombardeada por forças ucranianas, o que está causando séria destruição e muitas mortes", afirmou Vladislav Sokolov.

A tomada de centros urbanos como Kupiansk e Izium pode ser um duro golpe para a capacidade da Rússia de manter suas posições na linha de frente oriental. Diante de ameaças de contraofensivas ucranianas, Moscou passou cerca de um mês se reforçando ao sul, enquanto mantém sua ofensiva, embora com avanços lentos, para completar a tomada da região de Donetsk ainda sob controle ucraniano.

Em Grakove, localidade recapturada pelas forças ucranianas, foram derrubados postes e cabos de energia. Nas casas abandonadas, cães e gatos de rua tentavam encontrar comida. "Foi aterrorizante, havia bombardeios e explosões em todos os lugares", disse Anatoli Vasiliev, 61, um dos poucos moradores que permaneceram no vilarejo, à agência de notícias AFP.

Tropas ucranianas também teriam avançado na região sul. Agências russas relataram seis explosões em Nova Kakhovka, uma cidade controlada pelas forças russas na região de Kherson.

Em meio ao acirramento da tensão na guerra, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, chegou neste sábado à capital ucraniana em uma visita surpresa. É a segunda vez que ela visita o país desde o início do conflito, em 24 de fevereiro.

"Eu viajei para Kiev para mostrar que eles podem continuar a contar conosco", disse Baerbock em comunicado, assegurando que Berlim continuará apoiando Kiev "pelo tempo que for necessário, com suprimentos de armas, apoio humanitário e financeiro".

Nas últimas semanas, a Alemanha enviou obuses, lançadores de foguetes e mísseis antiaéreos para a Ucrânia. Os equipamentos reforçam o arsenal fornecido pelo Ocidente que, segundo observadores, pode ter prejudicado as capacidades militares da Rússia.

Desde o começo da semana, surgiram relatos de que Kiev estava pressionando Moscou com a abertura de uma frente no norte do país, enquanto sua contraofensiva em Kherson (sul) enfrentava grande resistência.

Resta saber se os russos, que já tinham desviado forças para conter o ataque em Kherson, têm de onde tirar homens para proteger as áreas ocupadas de Kharkiv, cuja capital não chegaram a tomar, apesar de intensos ataques à cidade, segunda maior da Ucrânia. A falta de recursos humanos, decorrente do fato de não haver uma mobilização geral por motivos políticos, tem afetado toda a campanha russa.

Fonte: Valor Invest

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