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Commodities: Soja e trigo fecham em queda em Chicago


Milho encerrou o dia em alta Depois de subir mais de 2% na sessão da véspera, o trigo recuou na bolsa de Chicago nesta sexta-feira. Os contratos para setembro, que são os de maior liquidez, fecharam em queda de 0,86% (6,75 centavos de dólar), a US$ 7,7575 por bushel, e os papéis de segunda posição, que vencem em dezembro, recuaram 0,84% (6,75 centavos de dólar), para US$ 7,9525 por bushel.

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Fábio Lima, consultor em gestão de risco de trigo da StoneX, lembra que o mercado de trigo vive um momento de baixa há algum tempo. “Temos uma pressão vindo da colheita da safra, no Hemisfério Norte, fuga de ativos de risco em massa devido ao aumento da inflação, e dólar ainda em patamares elevados, mesmo com as quedas recentes”, disse.

Lima destaca que a colheita de trigo na França, maior produtor da União Europeia, está perto do fim. Um forte avanço em relação ao passado, quando 55% havia sido recolhido.

Ainda segundo ele, o mercado do trigo em Chicago já precificou o acordo para um corredor de exportação pelo Mar Negro, mas ainda há uma incerteza sobre como será a operação-padrão dos embarques, especialmente dos navios que não estão nos portos ucranianos.

“A partir do momento em que seguradoras e armadores tiverem clareza de como será a navegação no Mar Negro poderemos ver o acordo deslanchar e um reflexo maior nos preços. Na melhor das hipóteses, 10 milhões de toneladas de trigo podem deixar a Ucrânia, mas não há como prever quando isso irá acontecer. O governo ucraniano espera que 3 milhões de toneladas de grãos sejam exportadas por mês. Mas, com a velocidade atual das operações, e considerando a validade de 120 dias do acordo, isso não me parece algo animador”, complementou.

Soja

Os preços da soja fecharam o dia em queda, a quarta nas últimas cinco sessões. Os contratos para novembro, os mais negociados, caíram 0,63 % (9 centavos de dólar), a US$ 14,0875 por bushel.

Os investidores especulam sobre os números que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgará na próxima semana, em seu novo relatório de oferta e demanda

“Estamos num ambiente muito volátil no mercado de grãos e isso cria oportunidades de lucro. Além disso, ainda temos vários pregões até o relatório do USDA. E esse relatório, por si só, é um gerador de volatilidade, pois ele é o primeiro do novo ano-safra (2022/23) a trazer para os EUA produtividades de fato estimadas com base no clima e nas condições das lavouras, em substituição às linhas de tendência usadas pelo USDA entre maio e julho”, destacou Daniele Siqueira, analista da AgRural.

No Brasil, maior exportador de soja do mundo, a área plantada com o grão deve crescer 3% na safra 2022/23, para 43,02 milhões de hectares, segundo levantamento da consultoria Datagro divulgado hoje. O potencial de produção de soja no país na próxima temporada é de 151,82 milhões de toneladas, volume 20% maior em comparação com as 126,58 milhões de toneladas colhidas na safra passada.

Soja na Argentina

Diego Giudice/AP

Milho

O milho se descolou do trigo e da soja e fechou o dia em alta. Os contratos do cereal para dezembro, os mais negociados na bolsa de Chicago, subiram 0,62% (3,75 centavos de dólar), a US$ 6,10 por bushel.

De acordo com Daniele Siqueira, o clima nos EUA continua sendo motivo para especulação no mercado, o que abre margem para novas altas em agosto. “A safra foi plantada com atraso, então parte dela ainda está em polinização. Além disso, o milho também vai precisar de umidade e temperaturas amenas para a granação, fase que também é importante para a definição da produtividade”, disse ela ao Valor.

Nos fundamentos, a analista da AgRural chama atenção para as quebras de produtividade na Europa devido ao tempo quente e seco, fator que dá suporte aos preços globais. Também sobre a oferta no bloco europeu, Reilly, por sua vez, frisa que a quantidade de milho que a Ucrânia conseguirá exportar nos próximos meses também é incerta.

Hoje, três navios carregados com mais de 57 mil toneladas de milho zarparam da Ucrânia. Vale lembrar que na última segunda-feira (1/8), outra embarcação deixou o país com 26 mil toneladas do cereal.

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