Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo positivo nesta sexta-feira, 18, e caminham para fechar mais uma semana de apreciação. O humor dos investidores é impactado pelo clima de cautela global após novas indicações de uma saída diplomática para a tensão no Leste da Europa. Na pauta doméstica, as atenções se voltam para Brasília e as negociações para destravar a votação no Senado de medidas que barrem o encarecimento dos combustíveis. Por volta das 11h40, o dólar registrava queda de 0,5%, a R$ 5,141. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,170, enquanto a mínima não passou de R$ 5,130. Se seguir nesse trajeto, a divisa norte-americana vai fechar em queda ante o par brasileiro pela sexta semana consecutiva. A moeda fechou a véspera com alta de 0,76%, cotada a R$ 5,167. Se descolando do clima negativo nos mercados internacionais e impulsionado pela alta de 12% da Cielo após a venda da sua parte na Merchant e-Solutions, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, registrava alta de 0,1%, aos 113.662 pontos. O pregão desta quinta-feira, 17, fechou com queda de 1,43%, aos 113.528 pontos.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, propôs uma nova rodada de negociação com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Viktorovich, na próxima semana. O anúncio ocorreu em meio a guerra de narrativas entre os EUA e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra Moscou sobre a retirada de tropas russas da fronteira com a Ucrânia. Segundo as potências do Ocidente, a Rússia mente ao afirmar que afastou parte dos soldados, e, ao contrário, aumentou o efetivo. Informações norte-americanas apontam que o presidente Vladimir Putin possui até 190 mil militares em áreas próximas da fronteira ucraniana. No fim de janeiro, a estimativa era de 100 mil soldados. A tensão foi agravada nas últimas horas com a decisão de Moscou em realizar testes com armas nucleares e com as acusações de russos e ucranianos de romper com o cessar-fogo na região Leste da Ucrânia.
No cenário doméstico, os investidores seguem observando as tratativas para a votação de projetos no Congresso que diminuam o encarecimento dos combustíveis e os seus impactos nas contas públicas do governo. A falta de consenso entre as lideranças políticas levou o Senado a adiar para a próxima semana a votação de duas medidas que estavam previstas para serem colocadas em Plenário na quarta-feira. A mudança foi anunciada pelo relator dos textos, senador Jean Paul Prates (PT-RN), após reunião com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Uma das propostas estabelece um valor fixo para o ICMS — imposto de origem estadual, e determina a ampliação do vale-gás para 11 milhões de famílias, o dobro do público atendido pelo programa atualmente. A outra foca na criação de um fundo de estabilização para evitar que a variação do preço do petróleo no mercado internacional impacte diretamente no preço das bombas. Conforme o relator, caso aprovados, os projetos reduzirão em R$ 0,60 o preço do litro dos combustíveis e R$ 10 o do botijão de gás.
Fonte: Jovem Pan