A Associação dos Cabos e Soldados em Alagoas (ACS/AL) lamentou na noite dessa quarta-feira (13), por meio de nota, a morte do sargento Alessandro Aleszko, que faleceu após levar um tiro de colegas de farda durante surto psicótico, e expôs a ausência de assistência em quartéis de Alagoas, pedindo que o governo do Estado valorize a saúde dos profissionais da segurança pública.
O presidente da ACS/AL, sargento Nascimento, afirmou o Estado precisa começar a cuidar mais dos profissionais, investindo em cuidados com a saúde mental. "Investir na saúde do militar é imprescindível para evitar consequências negativas. Somos expostos ao nível de estresse altíssimo e por inúmeras vezes membros da nossa tropa clamam por ajuda."
Ainda segundo ele, a Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) possui um número grande de profissionais com problemas psicológicos. O sargento Alessandro Aleszko, por exemplo, estava afastado das funções porque desenvolveu transtornos mentais.
Em mensagens de WhatsApp, Alessandro Aleszko chegou a pedir ajuda. "Não estou bem. Muitos remédios controlados. Me ajudem, por favor", pediu. Ele também relatou que fazia acompanhamento psicológico e psiquiátrico. As mensagens que mostram o pedido de ajuda ainda trazem um alerta: "Antes que aconteça uma tragédia", escreveu Alessandro.
Em entrevista, a filha do sargento, Caroline Oleszko, confirmou o uso dos remédio e disse, inclusive, que o pai estava sob efeito dos remédios ao ser baleado. "Meu pai foi trabalhar no quartel. Eles ficavam muito no quartel para intimidar o meu pai. Falavam coisas para o meu pai para desestabilizar ele. E começaram a fazer denúncias contra ele."
O caso
O 3º Sargento Alessandro Oleszko morreu, nessa segunda (11), após levar um tiro durante um surto psicótico. Segundo o relato dos militares, os policiais que presenciaram a ação do sargento contaram que, de início, o grupo tentou acalmá-lo até a chegada do reforço. No entanto, ele havia tentado "agredir a guarnição com armas brancas" e depredou a viatura da Rocam Comando (30-0672) do 5° BPM.