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Texto foi aprovado por 119 nações, enquanto outras 36 se abstiveram, incluindo a China – principal apoiador de Mianmar – e a Rússia A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta-feira (18) uma resolução não vinculativa condenando o golpe em Mianmar e apelando a "todos os Estados-membros que impeçam o fluxo de armas" para o país.O texto também exorta as Forças Armadas birmanesas a libertar presos políticos, incluindo a líder civil deposta em fevereiro, Aung San Suu Kyi."O risco de uma guerra civil em larga escala é real", disse a enviada especial da ONU a Mianmar, Christine Schraner Burgener, após a votação. "A oportunidade de reverter o golpe militar está se esgotando."O texto foi aprovado por 119 nações, enquanto outras 36 se abstiveram, incluindo a China – principal apoiador de Mianmar – e a Rússia.Só Belarus votou contra, o que impediu a aprovação por consenso da resolução, como pretendiam os seus autores, e impôs uma votação pública, em que todos os 193 países da ONU foram obrigados a revelar sua escolha.Dos dez integrantes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) que participaram da negociação do texto, iniciada por Liechtenstein, apenas quatro se abstiveram: Brunei (atual presidente da associação), Camboja, Laos e Tailândia.Mianmar, representada pelo embaixador Kyaw Moe Tun, destituído após o golpe de fevereiro, mas ainda no cargo, paradoxalmente votou a favor do texto.A Assembleia Geral da ONU raramente adota resoluções condenando golpes militares."Esta é a condenação mais ampla e universal da situação em Mianmar até hoje", disse o embaixador da União Europeia (UE) na ONU, Olof Skoog."A UE está orgulhosa da resolução que acaba de ser aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Ela envia uma mensagem forte e poderosa. Deslegitima a junta militar, condena os abusos e a violência contra o seu próprio povo e mostra o seu isolamento aos olhos do mundo", acrescentou.