Após o ataque a tiros ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Polícia Civil de São Paulo prendeu um segundo suspeito, acusado de ser o mentor do crime. Conhecido como Nero do Piseiro, ele foi reconhecido por testemunhas e, segundo a polícia, "já tinha passagem por porte ilegal de arma". Antes disso, um primeiro suspeito foi abordado no assentamento, ao socorrer as vítimas após a saída do bando.
Segundo relato dos moradores aos policiais, na última sexta-feira, 10, cerca de dez agressores, em cinco carros e duas motos, chegaram atirando. Valdir do Nascimento, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, 28, morreram no ataque e estão sendo velados nesta manhã, em Tremembé. Os feridos foram atendidos em unidades públicas de saúde da região. O estado de saúde deles não foi divulgado.
O caso vai ser investigado também pela Polícia Federal, após determinação do Ministério da Justiça. A Polícia Civil informou que a linha de investigação é de que o crime ocorreu após um "desentendimento sobre a negociação de um terreno na área do assentamento".
Em vídeo nas redes sociais, o dirigente nacional do MST, Gilmar Mauro, defende políticas de combate à violência nas áreas de reforma agrária e afirma que o ataque foi fruto da especulação imobiliária.
De acordo com moradores do Assentamento Olga Benário, que está regularizado pelo Incra há 20 anos, as cerca de 45 famílias que vivem ali enfrentam ameaças constantes para desocupar a área, devido à localização estratégica na região do Vale do Paraíba. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania anunciou que vai oferecer assistência e proteção às lideranças e demais moradores do Assentamento Olga Benário, do MST.
Fonte: Agência Brasil
