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Alagoas

Checado: ausência de anticorpos após vacina não significa falta de proteção

Agência Alagoas
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Circula nas redes sociais a informação de que o ator Stênio Garcia foi diagnosticado com Covid-19 após ser imunizado com duas doses da vacina. A esposa do ator confirmou a informação, mas reforçou que ele passa bem e que o casal defende a vacinação. A infectologista Madjane Lemos afirma que nenhum exame pode avaliar nível de proteção no sistema imunológico e, mesmo com anticorpos, o paciente pode ter uma infecção leve.

Com a intenção de colocar em dúvida a eficácia da imunização contra a Covid-19, uma imagem com a foto de Stênio Garcia está sendo compartilhada com a informação, sem uma explicação técnica do caso. "Stênio Garcia pegou covid 20 dias depois de tomar a 2ª dose. Fez exame e atestou que não tinha anticorpos", diz o texto presente na postagem.

A situação, de fato, aconteceu. A esposa de Stênio, a atriz Marilene Saade, detalhou a situação no Instagram na sexta-feira (09). Ela relatou que o ator testou positivo para a Covid-19 após 25 dias da aplicação da segunda dose da vacina e 15 dias depois de ter contato com uma pessoa assintomática. A situação deixou Marilene com dúvidas. "Isso significa que a vacina não fez efeito ou aplicaram outra coisa? Como pode ter tomado as duas doses e não ter anticorpos? É a pergunta que está nos deixando muito preocupados", questionou. "Stênio está bem e apenas espirrando", acrescentou Marilene.

No dia seguinte, para reforçar o questionamento, a esposa do Stênio se mostra interessada em entender a situação e defende a vacinação. "Nesses tempos de Covid-19, a informação é fundamental para que possamos nos proteger da melhor maneira que pudermos. Todo cidadão consciente tem o dever de compartilhar suas experiências para ajudar, alertar e tirar dúvidas. Hoje refizemos todos os exames PCR, IGG, IGM e Stênio fez também o exame de anticorpos neutralizantes para saber qual é o grau de imunidade que ficou após a vacina", informou Marilene. "Nós somos a favor da vacina, porque quando 80% das pessoas tiverem [vacinadas], a circulação do vírus com certeza será contida", declarou.

As informações, portanto, são verdadeiras, mas não causam surpresa aos especialistas, já que a verificação de anticorpos não mede a eficácia da imunização. A infectologista do Hospital Escola Dr. Hélvio Auto, Madjane Lemos, esclarece que a eficácia da vacina não pode ser avaliada pela presença ou não de anticorpos nas pessoas vacinadas.

"A presença ou ausência de anticorpos não diz nada sobre a eficácia da vacina ou sobre a proteção. A pessoa pode não ter o IGG, que são os anticorpos que a gente consegue dosar, e ter proteção, assim como ter IGG e não ter proteção. Isso porque o sistema imunológico é composto por várias linhas de defesa e a formação de anticorpos é apenas uma delas. O fato dele não ter anticorpos não significa que ele não está protegido, assim como a pessoa pode ter anticorpos e mesmo assim ter uma infecção, embora dentro da estatística de casos seja uma infecção leve", informou a médica.

Mardjane também lembra que ainda não há exame capaz de mostrar o nível de anticorpo que é protetor contra a Covid-19, o que descarta a possibilidade de avaliar vacinas pela presença de anticorpos: O teste de anticorpos após a vacinação é feito apenas em casos de vacinas das quais já sabemos qual é o valor que indica a proteção, a exemplo da Hepatite B: quando na dosagem de anticorpos a pessoa está acima de 10 significa que ela está protegida, abaixo de 10 será preciso uma nova dosagem. Se mesmo assim, não desenvolver anticorpos, há um fator individual, mas mesmo assim ela tem um nível de proteção".

Imunidade coletiva

O imunologista-chefe dos Estados Unidos, Anthony Fauci, argumenta que para atingir a imunidade coletiva, também conhecida como imunidade de rebanho, será necessário que quase 90% da população seja vacinada, conforme informou o jornal The New York Times, em dezembro de 2020.

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