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DEPOIMENTOS

Cinco réus e 34 testemunhas: júri de auditor fiscal continua nesta sexta-feira (1°)

Vítima foi brutalmente assassinada, com seu corpo queimado e desovado em um canavial em Maceió, em 2022


Réus ouvidos nesta quinta. Foto: Ministério Público

O julgamento da família acusada de assassinar o auditor fiscal da Secretaria da Fazenda de Alagoas, João Assis Pinto Neto, começou nesta quinta-feira (31) e vai se estender até esta sexta-feira (1º). Ao todo, 34 testemunhas serão ouvidas, incluindo cinco do Ministério Público, cinco do assistente de acusação e 19 da defesa, além dos cinco réus.

Os réus são Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo, a mãe deles, Maria Selma Gomes Meira, e Vinícius Ricardo de Araújo da Silva. Eles enfrentam acusações de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menor, uma vez que um adolescente foi persuadido a ajudar na limpeza do local do crime.

O júri acontece no Fórum do Barro Duro, e o Ministério Público de Alagoas tem como acusadora a promotora de Justiça Adilza de Freitas, titular da 42ª Promotoria de Justiça, atuando ao lado do assistente de acusação Bruno Vasconcelos Barros.

Júri teve início nesta quinta, no Barro Duro. Foto: Ministério Público

Maria Marta Pinto, viúva de João Assis, depôs no primeiro dia e relatou a estranheza de não ter notícias do marido. Ao ligar para seu telefone, uma mulher atendeu e disse ter encontrado o aparelho no mato. Marta destacou que Assis era um bom pai e que sua morte causou problemas psicológicos na família.

Uma testemunha, que era menor na época, afirmou que Ricardo e Vinícius mataram João Assis e que Ricardo o chamou para comprar gasolina. Ele alegou ter visto Ronaldo arrastando a vítima e ouviu seus gritos. Após o crime, Ricardo trocou de camisa e continuou a agir normalmente.

O pai dos réus confirmou que houve uma limpeza no local do crime, mencionando que sua esposa e nora foram responsáveis por isso. Em depoimento, Ronaldo confessou ter esfaqueado o auditor e afirmou que o colocou em um carro dirigido por Vinícius, enquanto Ricardo retirou o veículo da Sefaz.

Depoimentos dos réus

O primeiro a depor foi Ronaldo, que confessou o crime. Ele afirmou que esfaqueou a vítima e que, sozinho, colocou o corpo no carro Montana dirigido por Vinícius. Segundo ele, João Assis caiu imediatamente após o primeiro golpe, e muito sangue saiu do corpo.

O segundo réu a depor foi Ricardo, que confirmou o relato do irmão. Ricardo já possui um histórico criminal, com um homicídio registrado no Rio Grande do Norte.

Vinícius durante depoimento. Foto: Ministério Público

O terceiro a depor foi Vinícius, que dirigiu o carro com o corpo. Ele informou que já havia sido preso por furto e que, no momento do crime, estava na frente do estabelecimento.

No entanto, Vinícius entrou em contradição, afirmando inicialmente que foi Ricardo quem arrastou a vítima, e depois dizendo que foi Ronaldo. A promotora questionou suas duas versões, e ele justificou que estava afetado psicologicamente e, por isso, falou coisas que não viu. Anteriormente, ele mencionou que Ricardo havia corrido para se lavar no banheiro, mas depois retirou essa afirmação, alegando ter sido pressionado.

Em seguida, foi a vez de João Marcos. A mãe dos irmãos foi a última a ser interrogada nesta quinta-feira, e o júri retoma nesta sexta, às 8h, segundo o Ministério Público.

João de Assis, à época com 62 anos, foi brutalmente assassinado, com seu corpo queimado e desovado em um canavial. O crime foi em 2022.

O auditor fiscal cumpria seu papel de servidor público e teria incomodado os donos do "Ponto 29", localizado no conjunto Cleto Marques Luz, no Tabuleiro do Martins, em Maceió, ao encontrar possíveis irregularidades fiscais em seu estabelecimento comercial.

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