Cinco pessoas da mesma família vão a júri popular, nesta quinta-feira (31), acusadas de participar do assassinato do auditor fiscal João de Assis Pinto Neto. O julgamento acontece no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió.
O crime aconteceu em agosto de 2022, durante uma inspeção realizada pela vítima, no exercício regular da profissão. O estabelecimento era investigado por compra e venda de mercadorias roubadas.
Os réus Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo e Vinícius Ricardo de Araújo da Silva serão julgados com as qualificadoras motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima, crime cometido contra idoso, ocultação de cadáver e corrupção de menor, já que convenceram um menor a ajudar a limpar o local do crime.
A mãe de três dos acusados, Maria Selma Gomes Meira, será julgada por ocultação de cadáver, corrupção de menor e fraude processual. Ela teria limpado o sangue da vítima da cena do crime e auxiliado na retirada do veículo da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz) do local.
O caso
O auditor fiscal João de Assis Pinto Neto, 62 anos, foi morto dentro de um mercadinho que fiscalizava no bairro do Tabuleiro do Martins, parte alta de Maceió, no dia 26 de agosto de 2022. Segundo as investigações, ele foi assassinado pelos proprietários do local, após uma discussão.
O corpo do funcionário público foi encontrado carbonizado em um canavial, no Benedito Bentes. O Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que ele foi morto por traumatismo craniano.
Ainda conforme o processo, a vítima foi espancada, asfixiada, apedrejada e esfaqueada. Após o crime, os réus utilizaram gasolina e papelão para carbonizar o corpo da vítima em uma área de matagal.
Mesmo após o crime ter acontecido, os réus fecharam apenas uma parte do estabelecimento e continuaram atendendo clientes enquanto Maria Selma limpava as manchas de sangue do local, com ajuda de um menor de idade.
Na época do crime, a polícia indiciou os irmãos Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo da Silva e João Marcos Gomes de Araújo, além de Vinicius Ricardo de Araújo Silva, por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Já Maria Selma Gomes Meira, mãe de Ronaldo, Ricardo e João, será julgada pelo crime de ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor.
Segundo as investigações, o crime ocorreu após João de Assis Pinto Neto visitar o depósito de bebidas da família para uma inspeção. No local, a vítima teria sofrido diversas violências por parte de Ronaldo, Ricardo e Vinícius. Um menor conhecido como "Pintinho" também teria participado da execução do crime.
Naquele momento, João Marcos teria fechado uma das portas do estabelecimento para auxiliar os outros acusados durante as agressões. Maria Selma, mãe de três dos envolvidos, ajudou os filhos a limpar o sangue da vítima e a transportar o veículo de fiscalização da Sefaz até um canavial, onde o corpo foi queimado.