A campanha eleitoral em Marechal Deodoro já movimenta cifras milionárias entre os candidatos a vereador da oposição. De acordo com dados do DivulgaCand, da Justiça Eleitoral, os partidos oposicionistas repassaram um total de R$ 1.563.618,48 para suas candidaturas, com alguns candidatos recebendo quantias expressivas.
O candidato a prefeito Júnior Dâmaso (REP) recebeu R$ 220 mil de seu partido, destacando-se entre os maiores beneficiados. Além dele, outros candidatos a vereador também foram contemplados com valores significativos. Entre as candidatas, Maria Gisélia Silva (PP) recebeu R$ 129.622,66, uma quantia acima do teto de gastos para vereadores no município, que é de R$ 83.528,33. Este último valor, aliás, foi repassado a Diana Dâmaso (PP), esposa do candidato a prefeito, que busca uma cadeira na Câmara Municipal.
Candidatas como Eliene Duarte, Laura Santos e Soraya da Bomboniere, todas do Republicanos, receberam R$ 80 mil cada uma. Em contrapartida, algumas candidatas, como Gilvânia Gomes (REP), Mônica Lopes Rodrigues (PP) e Sebastiana Batista (REP), não receberam nenhum recurso. O mesmo ocorre no PL, onde Larissa Sena e Jéssica Santos receberam R$ 62 mil, enquanto Ivanilda de Oliveira não recebeu qualquer valor.
Essa distribuição de recursos coloca a oposição em vantagem financeira na corrida eleitoral para a Câmara Municipal, possibilitando campanhas mais estruturadas e um suporte expressivo por parte dos partidos. A injeção de mais de R$ 1,5 milhão nas campanhas oposicionistas demonstra a força da oposição no pleito, com o objetivo claro de conquistar vagas no Legislativo municipal.
Em contato com uma candidata, que pediu para não ser identificada, ela afirmou que desconhecia a transferência de recursos para sua conta bancária, alegando que toda essa parte é administrada por pessoal contratado pela campanha majoritária, mas que iria se informar sobre o assunto.
Esses valores elevados chamam a atenção, especialmente quando comparados às campanhas mais modestas de outros candidatos que ainda não receberam recursos substanciais, como João Crente (PL). Esta semana, ele anunciou a desistência de sua candidatura, justificando que Júnior Dâmaso e seu vice, Cristiano Matheus (PL), não ofereceram o suporte financeiro necessário para sua campanha.
No caso dos candidatos homens, a falta de equivalência nos repasses também se destaca. O ex-vereador Pedrinho Ferreira (PL), por exemplo, ainda não recebeu nenhum recurso partidário. Já o ex-vereador Jucelino Vicente (PP) recebeu R$ 25 mil, metade dos R$ 50 mil repassados ao também ex-vereador Del Cavalcante (PP).
O que se evidencia é um desequilíbrio na distribuição dos recursos, feita de maneira subjetiva, com critérios definidos pelos líderes partidários, que decidem quanto será dado e a quem, de acordo com a proximidade que mantêm com os candidatos.