A estiagem e a seca no estado do Amazonas podem ser ainda mais fortes do que a ocorrida em 2023. De acordo com dados da Defesa Civil do estado, o período de estiagem deve se adiantar em 30 dias este ano, e os impactos começam a ser sentidos já a partir de julho. O governo estima que 150 mil famílias sejam afetadas.
Por causa dessa possibilidade, pelo menos 30 secretarias e órgãos estaduais se reuniram nessa quinta-feira (20) para discutir ações de enfrentamento à estiagem e de combate às queimadas.
Uma das consequências do menor volume de chuvas é o aumento dos focos de incêndio. Segundo o Painel de Queimadas do Governo do Amazonas, este ano, até o dia 19 de junho, foram registrados 539 focos, um aumento de 140% em relação ao mesmo período de 2023. O governador Wilson Lima destacou algumas ações em andamento.
"Desde fevereiro, que nós estamos nos mobilizando. Em junho, nós lançamos a Operação Aceiro. E nós já temos no sul do Amazonas 319 homens, incluindo 60 homens do Corpo de Bombeiros, 60 homens do Prevfogo, homens da Força Nacional, e também brigadistas que foram treinados nesses municípios e que já estão atuando em 27 municípios".
Em paralelo, a estiagem também diminui a disponibilidade de água potável. A Defesa Civil já instalou 42 estações de tratamento de água este ano e a Companhia de Saneamento do Amazonas prevê a implantação de outras 20 até final de setembro.
Já a Secretaria de Saúde vai antecipar o envio de medicamentos, vacinas e insumos para os municípios das calhas do Alto Solimões, Madeira, Purus e Juruá. O objetivo é garantir um estoque de suprimento, já que a estiagem pode comprometer o acesso a essas comunidades, como destaca a secretária Nayara Maksoud.
"Nós temos aí um planejamento que até sexta-feira todas as balsas já tenham saído pra essas regiões. A Secretaria de Estado de Saúde se organizou para que o quantitativo de medicamentos e produtos da saúde, ela saia da rotina e ela alcance aí o número três vezes maior e isso vai proporcionar que a gente possa aí tá trabalhando com um pouco mais de folga, na assistência àquele usuário que mora ali, naquela região do interior do estado".
Por causa da importância do transporte hidroviário no Amazonas, o governo federal destinou esta semana mais de R$ 500 milhões para a dragagem de quatro trechos dos rios Amazonas e Solimões. Isso deve garantir as condições de navegação para a população, e para o escoamento e abastecimento de insumos, além de diminuir o impacto para o pólo industrial de Manaus, que utiliza os rios no transporte dos produtos. Os trabalhos devem começar na próxima semana pela calha do Rio Madeira.
*Com produção de Dayana Vitor
Fonte: Agência Brasil