Parece regra, mas raramente o vice-prefeito de uma chapa sucede o titular. Talvez a ausência de grandeza e o ciúme impedem essa sequência aparentemente natural.
Tomando Maceió como exemplo e delimitando o tempo, em 1992 Ronaldo Lessa foi eleito tendo como vice Heloísa Helena. Mas optou por apoiar e eleger Kátia Born.
Eleita e reeleita, a primeira mulher prefeita da capital alagoana foi a única a lançar o seu vice, Alberto Sextafeira.
Mas sem o apoio do aliado e então governador Ronaldo Lessa, que queria como candidato Marcos Vieira, o vitorioso foi Cícero Almeida.
Após oito anos no poder, Almeida não trabalhou o nome de sua vice, Lourdinha Lyra para sucedê-lo. O adversário Rui Palmeira acabou vitorioso.
Mesmo Rui, eleito e reeleito, também não trabalhou a indicação do vice Marcelo Palmeira, ligado a Benedito de Lira e Arthur Lira, como seu sucessor.
Vence a eleição JHC, tendo como vice Ronaldo Lessa, ex-governador de Alagoas e ex-prefeito de Maceió.
Não demorou e logo Ronaldo Lessa renunciou para ser vice-governador, eleito em 2022, de Paulo Dantas. Dizem que Lessa desistiu porque não recebeu o sinal de que seria o sucessor do atual prefeito.
A não construção de uma liderança não se limita a Maceió. Ocorre no interior, no governo de Alagoas - casos, entre outros, de Ronaldo Lessa e Luís Abílio e Teo Vilela e Thomaz Nonô.
Maldição do vice, medo que cresça e fique independente? Qual a explicação que os chefes dos executivos escondem?