O Programa Sintonia com Sul conversou com o presidente da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e Pela Altas Habilidades no Rio Grande do Sul (Faders), Marquinhos Lang, direto do Vale do Taquari.
Durante a entrevista, ele destacou a situação das pessoas com deficiência diante do cenário de calamidade pública no Rio Grande do Sul e detalhou o atendimento e acolhimento dessas pessoas.
Confira alguns trechos:
Repórter: A gente sabe que o Vale do Taquari foi castigado pelas chuvas, né? Que cenário que você encontrou?
Marquino Lang: Na verdade, o giro pelo nosso estado está sendo bem complicado, né? Nós temos ainda muitas vias interrompidas, pontes que caíram e a gente está em um cenário de guerra, né? Então, o que a gente tenta fazer, nós, das saberes? A gente tentou auxiliar o máximo os municípios, nós temos 497 municípios em calamidade que foram atingidos de alguma forma por essa guerra que a gente está vivendo nesse momento aí...Então, as pessoas tentam, de todas as formas, buscar o atendimento o mais próximo daquilo que elas já tinham na própria rede, na rede de acolhimentos. Então, nós temos várias questões, por exemplo, a questão do autismo, por exemplo, nas nossas estadas.
Repórter: Marquinhos, e você falou também, por exemplo, das pessoas que têm autismo, né? E às vezes a gente sabe que elas têm necessidades bem específicas. Eu vi até uma campanha de um pessoal que estava pedindo doação de macarrão instantâneo porque as crianças têm uma rigidez na aceitação de alimentos e só querem comer aquela coisa que elas estavam acostumadas. Como é que essas situações são muito difíceis de tentar remediar também, né?
Marquino Lang: A gente tenta de todas as formas, é exatamente isso. Nós temos um local em Porto Alegre, né, que abrigou várias famílias atípicas, como a gente diz, que é a questão do autismo, né? E aí nós diversionamos...E assim, a gente só quer o que a gente tem, o agradecimento que a gente tem com o país, é uma coisa fantástica. Chegou pelas ções de todas as partes do país e do mundo, né, muitos locais. E a gente, assim, tudo tá chegando nas pessoas, a gente tá fazendo o possível para tornar esse momento, um momento que a gente possa pelo menos ter um pouquinho de dignidade, porque realmente é muito pesado para todos nós aqui.
Repórter: Muitas pessoas com deficiência precisam de terapias, de acompanhamento contínuo, já há condições de restabelecer esse acompanhamento ou ainda não?
Marquino Lang: Em alguns pontos, sim. Nós tivemos alguns municípios que foram totalmente atingidos e que até agora eles não conseguiram retomar algumas coisas. Mas, dentro dos locais, dentro dos abrigos, a gente tem toda a estrutura, existe toda a estrutura. Existe o psicoterapeuta, o psicólogo, existe os profissionais da área de atendimento, médicos, fisioterapeutas, a gente tem todo um trabalho assim que realmente a gente conseguiu, de tudo isso, unir mais ainda o esforço de cada um. Então, a gente faz toda essa estrutura ali para que as pessoas tenham o mínimo possível de atendimento.
Ouça a entrevista completa no player acima.
Agência Brasil