As chuvas que caíram no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (10), e que devem se repetir no final de semana, podem reverter os trabalhos de recuperação do estado.
A preocupação foi expressa pelos ministros que acompanham, em Porto Alegre, as ações de ajuda ao estado.
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou que o solo já encharcado, sem vegetação, e as novas chuvas podem reverter os trabalhos nas estradas.
"Se confirmar esse volume de chuva para esse período de hoje até segunda-feira - certamente alguns caminhos que já foram restabelecidos, mesmo que com uma certa dificuldade, que está facilitando a mobilidade - podemos voltar a ter problema. Porque a terra está nua. O risco de deslizamento é real. De obstrução, novamente, de muitas estradas. Então a gente está com sinal de alerta bem forte para que a gente possa atravessar essas previsões até segunda-feira".
Segundo a equipe do governo federal, existem hoje 40 pontos críticos com risco de desabamento no estado.
Waldez falou também que o governo já aprovou 124 planos de recuperação dos municípios desde segunda-feira (6).
E que R$ 75 milhões já foram aprovados em ajuda humanitária.
"Nós fizemos uma mudança para permitir que qualquer um dos municípios atingidos possa enquanto estão trabalhando o plano, faça a requisição de um valor logo por ministério. O município, às vezes, está com população acima de 100 mil habitantes, está preparando um plano que vai precisar de 3 4, 5, 10 milhões de reais, leva um tempo para juntar as informações, mas precisa comprar água. Então ele pode só fazer um ofício pra gente e receber R$ 500 mil. Antes mesmo do plano estar pronto. É a primeira vez que estamos fazendo isso".
Segundo o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, além dos trabalhos de resgate, a estratégia do governo se concentra em três áreas. O restabelecimento das comunicações, das estradas e da energia elétrica.
Na quinta (9), segundo o ministro, 419 mil estavam sem energia; nesta sexta (10), o número caiu para 380 mil.
As Forças Armadas destacaram toda a mobilização à disposição do Rio Grande do Sul, como 37 helicópteros, 8 navios, entre eles o maior da Marinha, o multiuso Atlântico, 5 aviões de carga e 3 hospitais de campanha.
Somente o Atlântico levou purificadores pra 20 mil litros de água potável por hora e oito embarcações de médio e pequeno porte para auxiliar no resgate às vítimas ilhadas.
Além disso, as Forças Armadas já levaram toneladas de doações, como materiais de higiene.
O ministro da Secom destacou ainda as negociações do Palácio do Planalto com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Nesta semana, o governo federal anunciou um pacote de medidas no valor de R$ 50 bilhões para recuperar o Rio Grande do Sul.
Agência Brasil