Na sessão da Câmara Municipal de Maceió desta terça-feira (7), João Catunda (PP), além de outros vereadores da bancada do prefeito JHC (PL), dispararam críticas contra a secretária de Educação do município, Jó Pereira, em relação aos processos envolvendo as Organizações da Sociedade Civil (OSCs).
Numa referência ao Igeve, instituto de São Paulo, contratado sem licitação em dezembro do ano passado, Catunda afirmou que OSCs de outros estados estão tendo seus processos acelerados, enquanto as organizações ligadas aos próprios vereadores estão com processos paralisados nos gabinetes da Semed.
O Igeve foi contratado para operar em Maceió com o dinheiro que a prefeitura de Maceió recebeu do acordo com a Braskem. Até agora, em apenas quatro meses, foram destinados R$ 34,6 milhões para implantar e manter 5 creches em Maceió. Mais de R$ 24 milhões foram transferidos para "implantação", o que na prática significa recursos para obras ou compra de equipamentos. O contrato do Igeve foi realizado em menos de 1 mês, prevendo pagamentos, somente em 2024, de cerca de R$ 69 milhões, totalizando aproximadamente R$ 14 milhões por cada creche que o instituto irá manter em funcionamento a serviço da prefeitura de Maceió.
Partidário de primeira hora do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que indicou a secretária municipal de educação, Jó Pereira, para o cargo, Catunda expressou insatisfação "com a soberba e a arrogância" com que a Semed vem tratando os vereadores, "características que ele considera ingredientes para uma queda".
A vereadora Silvânia Barbosa (MDB) também fez coro à Catunda, abordando o desempenho das OSCs e falando sobre denúncias na administração e irregularidades praticadas com os profissionais nas creches. Ela citou relatos de mães que tiveram que trabalhar como auxiliares de sala porque o programa não tinha esses profissionais para apoiar crianças autistas. No seu discurso, Silvânia criticou a forma como os trabalhadores dos "Gigantinhos" estão sendo tratados: "é uma verdadeira humilhação. Transformaram as creches num BBB, com instalação de câmeras que gravam áudio e vídeo, constrangendo os profissionais. Em algumas creches, as diretoras proíbem até os servidores de usarem o celular", relatou.
O vereador Leonardo Dias (PL), também aliado do prefeito JHC, corroborou a fala de João. Ele criticou a Semed por agir com arrogância desde sua primeira semana de mandato e mencionou que o ex-secretário Helder Maia, apesar de seus títulos acadêmicos, não demonstrou competência para gerir a secretaria. Dias também falou sobre as dificuldades de interlocução com a secretaria, apesar dos avanços importantes dos últimos meses.
A gestão da Semed à frente do programa Gigantinhos, da prefeitura de Maceió, foi criticada pela vereadora Silvânia Barbosa (Solidariedade), que disse que profissionais estão pedindo demissão e estão sendo filmados como se fosse Big Brother. Ela espera que a secretária responda, pelo menos, aos seus ofícios, pois as pessoas precisam de espaço para trabalhar e devem ser tratadas com decência e respeito.
"Já vimos movimentações de vereadores pedindo que secretários respondam, que a gente tenha informações. A partir do momento que começam a se usar da soberba e prepotência para tratar com a Câmara de Vereadores fico muito triste com isso, porque sei que são características que nenhum vereador tem e trata as pessoas, mas a partir do momento que essas características são usadas com os vereadores, cabe a mim defender cada um de vocês, e lembrar que tanto a soberba quanto a arrogância são bons ingredientes para uma queda. E a gente tem que pensar fortemente quando vamos utilizar esse tipo de característica quando vamos utilizar e com quem vamos utilizar essa característica", declarou João Catunda no plenário da casa.
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