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Acidente

Polícia Científica identifica e libera corpo de motorista carbonizado em sinistro de trânsito em Teotônio Vilela

Família solicitou ao Poder Judiciário cremação dos restos mortais para transladar a vítima para a cidade do Arraial do Cabo

Passaporte salvo no incêndio permitiu a localização dos familiares da vítima que foi identificada pela arcada dentária - Foto: Ascom Polícia Científica
Passaporte salvo no incêndio permitiu a localização dos familiares da vítima que foi identificada pela arcada dentária - Foto: Ascom Polícia Científica

O Instituto Médico Legal de Arapiraca confirmou na manhã desta terça-feira hoje (7), que o corpo do fluminense Anderson Lima Machado, de 35 anos, foi liberado para sepultamento. Morto carbonizado em um sinistro de trânsito em Teotônio Vilela no mês passado, ele foi identificado através do exame odontolegal.

Anderson Lima morreu carbonizado no último dia 25 de abril, em um sinistro de trânsito no KM 174, da rodovia BR-101, em Teotônio Vilela. Os primeiros levantamentos apontaram que ele conduzia o veículo, modelo Chevrolet Cruze branco, quando perdeu o controle da direção, saiu da pista, colidiu na mureta do canteiro central, que provocou o incêndio no carro, com a vítima presa às ferragens.

Apesar dos esforços dos moradores do bairro Sebastião Vilela Santos, onde aconteceu o fato, e de motoristas que passavam pelo local, não foi possível retirar a vítima do carro e Anderson Lima acabou morrendo carbonizado. Devido ao estado do corpo, não foi possível fazer a identificação dele através do reconhecimento facial e pela papiloscopia forense.

Mas, por meio de um passaporte ainda intacto encontrado no interior do veículo pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a placa do carro emitida pelo estado do Rio de Janeiro, permitiu a localização dos familiares. Após um primeiro contato com a família, o IML de Arapiraca conseguiu viabilizar o exame odontolegal realizado pela perita odontolegista Claudia Ferreira que permitiu a identificação oficial da vítima.

A perita odontolegista que atua no IML de Maceió explicou que, após ser acionada pela unidade de Arapiraca para a realização do exame odontolegal no corpo carbonizado, ela conseguiu fazer as imagens da dentição do cadáver. No mesmo dia, ela recebeu da família fotos da vítima em vida, possibilitando o uso do método de identificação humana com a técnica da sobreposição e comparação de imagens, que estuda as particularidades, aspectos anatômicos e posicionamentos dos dentes.

"Através da sobreposição, colocando a foto que a família enviou onde mostra muito bem o sorriso todo, sobre as imagens feitas na dentição do cadáver, eu pude verificar bem claro, através da anatomia dos dentes, que se tratava realmente da vítima. Além disso, a família enviou também uma ficha odontológica e radiológica que ele tinha feito numa clínica, permitindo a conclusão positiva da identificação", explicou a perita odontolegista Claudia Ferreira.

O chefe especial do IML de Arapiraca, Silvio Nunes, destacou a integração e os esforços das equipes da Polícia Científica em garantir a identificação oficial do cadáver conforme as normas técnicas. Ele falou da implantação de uma escala diária de papiloscopistas na unidade, após nomeação dos aprovados no concurso, que agilizará outras identificações.

"A Polícia Científica de Alagoas tem avançado muito nessa questão da identificação humana. Estamos na eminência de termos diariamente um papiloscopista para podermos fazer exames de necropapiloscopia, para atender melhor a população e o Poder Judiciário. A gente anseia e o Governo já está fazendo isso, para que possamos liberar esses corpos verdadeiramente de forma segura, tranquila e ágil", afirmou o perito médico legista.

Segundo a família, Anderson era natural de Arraial do Cabo, no estado do Rio de Janeiro, mas estava trabalhando como técnico em energia eólica no Rio Grande do Norte. O sinistro aconteceu quando ele retornava para casa, após o encerramento do contrato de trabalho. A família de Anderson Lima entrou com pedido no Poder Judiciário para cremar os restos mortais da vítima para fazer o translado do corpo para a cidade natal do técnico.

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