Kleiton Ferreira é juiz federal e ganhou notoriedade nas redes sociais por meio de vídeos de audiências onde os depoimentos das partes envolvidas nos processos são conduzidos de maneira simples e descontraída. O magistrado, nascido em Arapiraca, no Agreste de Alagoas, atua fora do estado e compartilha seu conteúdo no Instagram para uma audiência de mais de 700 mil seguidores. Aprovado em concurso público do Tribunal Regional Federal (TRF2) em 2019, ele assumiu o cargo em 2021, tendo passado por diversos estados, como Rio de Janeiro, Paraíba e Sergipe, onde atualmente reside.
Em seu perfil pessoal no Instagram, o juiz fez uma série de reflexões sobre a credibilidade do Judiciário junto à sociedade, utilizando uma analogia com o julgamento e a morte de Jesus Cristo. Ele reafirmou que Cristo era inocente e foi erroneamente condenado à morte pela Justiça da época.
A publicação recebeu milhares de comentários de apoio de seus seguidores, muitos concordando com as reflexões do magistrado.
"Há 2000 anos, um erro do Poder Judiciário do maior império do mundo condenou um homem inocente à morte. Você deve saber de quem estou falando. De Jesus, que foi processado sendo condenado, mesmo sendo inocente. E eu, nas minhas reflexões, fiquei pensando: Jesus sabia que ia morrer. Na verdade, a profecia trazia isso e ele tinha que cumprir a profecia. E o objetivo dele, o propósito dele aqui na Terra era esse sacrifício: morrer. Ele podia morrer de várias formas, mas ele sabia que fazendo o que estava fazendo. Quem iria condená-lo era o Poder Judiciário da época, através do Império Romano e o Sinédrio. Geralmente, as pessoas quando se deparam com situações assim, quem envolvem a Justiça, elas têm a esperança em que podem conseguir não ser condenadas, que podem ganhar o processo", disse.
O Juiz ainda argumentou que Jesus Cristo, enquanto réu, sabia que seria condenado à morte.
"Jesus sabia que ia perder, ele sabia que ia morrer, ele sabia que seria condenado. Ele sabia tanto, que sofreu antecipadamente. Todo aquele sofrimento, aquela agonia, o sangue que saiu pelos seus poros é uma condição biológica de quem passa um estresse muito grande. É sinal, é sintoma de que ele sabia o que ia passar", citou.
A postagem em seu perfil pessoal tem mais de 3 mil comentários e quase 15 mil compartilhamentos. Os elogios para o magistrados são os mais variados.
"Você é o tipo de ser humano que Deus tem orgulho de ter concebido a vida", disse uma internauta.
"Sua mãe deve ter muito orgulho do senhor", disse outra.
"Dr. Kleiton, cada vez que vejo um vídeo seu me deixa com mais certeza de que você é uma pessoa iluminada por Deus. Você fez um paralelo entre religião e justiça, pecado e salvação, de uma forma tão didática que já vi o vídeo umas dez vezes", elogiou outro seguidor.
"Esse homem é diferente em tudo que faz", disse mais um.
Por fim, em uma postagem muito comentada em sua rede social, o magistrado Kleiton Ferreira concluiu incentivando pais a apoiarem seus filhos que sonham com a carreira na magistratura, e estimulou a sociedade e acreditar na renovação do Judiciário pelos jovens, e na Justiça, apesar dos alguns erros cometidos, como no julgamento de Cristo, dois mil anos atrás.
"É no julgamento que a gente mais erra. Quero deixar essa reflexão, sempre que você for julgar alguém, lembre-se que devido a um julgamento errado, um homem inocente morreu. A fé misturada com a esperança não nos leva a ficar parado, não é só reclamar. Você tem que agir nesse propósito. Coloque fé nos seus filhos para renovar esse Judiciário, acredite neles. Assim a gente consegue multiplicar essa mensagem, como aconteceu no passado. Aqui ou ali teremos desvios, estamos espiritualmente numa guerra, mas não podemos perder a esperança. Nem na salvação e nem no Poder Judiciário", concluiu o magistrado, sendo elogiado pela postura nos muitos comentários de seus seguidores.
Antes de ser aprovado em concurso público, o magistrado foi advogado por dez anos e também e escritor, tendo publicado o lviro " A Espada da Justiça", que narra a história de Abraão, um juiz federal com mais de 25 anos de magistratura. no livro, a chegada de um juiz substituto jovem e de métodos heterodoxos leva Abraão a refletir sobre a vida, o trabalho, a lei e a justiça, a família, e se depara com perguntas para as quais as antigas respostas não servem mais. Valores que mudaram com o tempo. O magistrado também é autor de outros dois livros: "Crônicas de um Mentiroso" e "Contos e Espiritus Erectus.