Os jabutis são animais costumeiramente presentes em casas do Agreste e Sertão, no entanto em estado de criação ilegal, na maioria dos casos. Essa era a situação de 90 jabutis que estavam sob cuidados do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) em Alagoas, soltos nesta quinta-feira (25) em região de Caatinga, bioma nativo da espécie jabuti-piranga (Chelonoidis carbonária).
O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) alerta que não é proibido a criação do réptil, desde que adquirido em um criadouro legalizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
"Aqui em Alagoas não tem criadouro comercial legalizado de jabutis, portanto quem quiser criar um deve buscar importação por outro estado. A documentação que acompanha a compra garante o respaldo da legalidade", afirma Ana Cecília, veterinária do IMA alocada no Cetas.
Ela também relata que a maioria dos jabutis que chegam no Cetas em Alagoas são por entrega voluntária. "As pessoas terminam sabendo que não se pode criar sem a documentação necessária e entregam voluntariamente ao Cetas com medo de serem autuados em operações de fiscalização ambiental", conclui.
A criação do jabuti-piranga deve respeitar suas especificidades, enquanto animal próprio do bioma da caatinga. O local precisa ser seco e com muito espaço de luz direta do sol. É muito importante garantir que o animal tome banho de sol, pois os répteis são ectodérmicos, ou seja, a temperatura do corpo é regulada pelo calor do ambiente.
Enquanto seres onívoros, a alimentação dos jabutis precisa ser ampla para contemplar todos os nutrientes necessários na longa vinda que levam (média de 80 anos em cativeiro). Portanto, não é recomendado alimentar o animal apenas com folha e frutas, ou mesmo com resto de comidas. Uma dieta desequilibrada é certeza de desenvolvimento de doenças e problemas osteometabólicos.
Ana Cecília recomenda a alimentação por rações comerciais para jabutis, enriquecidas com todos os nutrientes necessários. Estes produtos podem ser encontrados em pet shops e lojas digitais.
Entregas voluntárias não precisam ser diretas ao Cetas, em Maceió
O Cetas aceita entregas voluntárias, feitas anonimamente e com isenção de autuação por parte dos órgãos ambientais. A entrega do animal pode ser solicitada por domicílio ao Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) por meio do número (82) 3315-4325 ou indo diretamente na sede do Ibama em Alagoas, localizada na Avenida Fernandes Lima, Nº 4023, no bairro do Farol, em Maceió.
O cidadão que tiver conhecimento de qualquer animal silvestre em cárcere ilegal, deve registrar o caso no aplicativo IMA Denuncie, disponível para Android e iOS. No caso de flagrante de maus tratos a espécimes silvestres ou domésticas, é recomendado ligar para o BPA.