A Prefeitura de São Paulo informou por meio de comunicado oficial nesta quinta-feira, 14, que após reunião conjunta com representantes da área de transportes do município e do governo do Estado, não haverá aumento da tarifa de ônibus para o próximo ano na capital paulista. Manifestação ocorre após o anúncio de que o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) subirá o valor das passagens de trens e metrôs de R$ 4,40 para R$ 5 a partir de janeiro de 2024, com a justificativa de que o valor não é alterado desde 2020. Para falar sobre o aumento, que tem causado revolta entre os usuários de transporte público, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o ex-secretário municipal de Transportes e deputado federal, Jilmar Tatto (PT). O parlamentar argumentou que o aumento desestimula a população a utilizar o transporte coletivo: “Aumento da passagem não é uma saída ideal para a mobilidade no país inteiro e na cidade de São Paulo. Por isso, temos milhões de pessoas que deixam de usar o sistema de transportes todos os dias”
“Ainda tem um agravante, porque quem usa o sistema de transporte público paga duas vezes, quando passa pela catraca e através dos subsídios, através dos impostos. É uma sacanagem para aqueles que usam o sistema de transporte público”, declarou. Tatto disse que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) acertou ao rejeitar seguir o aumento estadual e promover a tarifa zero aos domingos. Para o parlamentar, o aumento de subsídios para o transporte e a promoção gradual da tarifa zero são medidas fundamentais para “resolver o problema da mobilidade”: “Por isso eu defendo a tarifa zero, que não significa ser grátis, alguém está pagando. Quem paga? Os contribuintes através dos seus impostos e os empregadores através do vale-transporte. Eu defendo um Sistema Único de Mobilidade, assim como o Sistema Único de Saúde. O Governo Federal tem que dar a sua contribuição para subsidiar o transporte coletivo nas cidades, o governo do Estado tem que dar a sua contribuição e o município também tem que dar a sua contribuição. Por isso, hoje no Brasil já tem 89 cidades com tarifa zero”.
O deputado federal afirmou acreditar que a gestão Tarcísio vai “na contramão do que outras cidades estão estudando e fazendo” porque não incentiva a população a optar pelo transporte coletivo, que polui menos e melhora o trânsito: “Quem usa o sistema de transporte coletivo causa um benefício para a cidade, porque não polui e não causa congestionamento. Temos que incentivar essas pessoas a continuar usando o transporte público”. Neste sentido, ele apontou que o tema deve ser central da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024: “As eleições do ano que vem vão permitir que a gente faça esse debate em alto nível, visto que é um direito social das pessoas de ir e vir, e quem não tem grana não está tendo esse direito”. Para o pleito, o PT vai apoiar o nome de Guilherme Boulos (PT) como candidato a prefeito e a legenda deve apontar o nome para vice na chapa psolista em breve. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.
Fonte: Jovem Pan