Em meio à pressão do Planalto para evitar a CPI da Braskem, numa tentativa clara de preservar a Petrobras, segunda maior acionista da multinacional, a instalação do colegiado deve ocorrer nesta quarta-feira (13), às 9h, no plenário 7 do Senado Federal. Essa é a previsão do senador Renan Calheiros (MDB), cotado para ser o relator da comissão. Omar Aziz (PSD-AM) deve ser escolhido como presidente.
Aguardada para ser instalada ontem, a CPI foi adiada após intensa pressão do governo em meio à tragédia ambiental provocada após o colapso da mina 18, no bairro do Mutange.
Ao longo dessa terça-feira (12), líderes partidários e senadores indicados para a CPI tiveram uma série de conversas com interlocutores do Planalto. Pressionados, os parlamentares governistas cederam e atenderam ao pedido de Renan para instalar o colegiado já nesta quarta-feira (13), com a indicação inclusive de um plano de trabalho e a aprovação das primeiras diligências.
Todos os membros do colegiado foram indicados. São 11 titulares e sete suplentes. A comissão terá até 180 dias para o funcionamento na Casa. Após a instalação, os trabalhos devem começar em fevereiro, ao fim do recesso parlamentar.
ADIAMENTO
Até o fim da semana passada, Renan, como o integrante mais velho da CPI, tinha a prerrogativa para definir a data de instalação, conforme regimento do Senado. Ele havia marcado para ontem. No entanto, um dos representantes do PSD é o líder do partido, Otto Alencar. Como mais antigo, ele decidiu atender ao pedido do governo e desmarcar a convocação que estava prevista para ontem.
Diante dos cenários e a tentativa de sepultar a CPI, Renan defendeu o funcionamento do colegiado.
"A Comissão Parlamentar de Inquérito da Braskem pressupõe uma investigação técnica imparcial e não pode ir além ou aquém do que está descrito no fato determinado. Não é uma CPI contra ninguém, apenas a favor de Alagoas e das vítimas da Braskem", disse Renan Calheiros à Gazeta.