O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) foi alvo de críticas nesta quinta-feira, 7, por conta do patamar da dívida do Estado com a União. O governo tenta intermediar um projeto de renegociação de dívidas dos Estados com a ajuda do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Em conversa com jornalistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que Zema teria aumentado o valor do rombo financeiro de R$ 100 bilhões para R$ 160 bilhões e não conseguiu sanar a situação mesmo na gestão de Jair Bolsonaro (PL), que era seu aliado. “Ele ficou quatro anos com um aliado no Planalto, podendo fazer alguma coisa por Minas. E tudo que ele fez foi endividar Minas. A dívida saiu de pouco mais de R$ 100 bilhões para R$ 160 bilhões”, disse. As declarações do ministro ocorrem após uma reunião com Pacheco e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Haddad ainda pontuou que cerca de um terço da dívida foi gerada durante o governo de Zema e criticou a postura do governador em relação à Pacheco. O ministro afirmou que “a pior coisa” que Zema pode fazer é “agredir” o presidente do Senado “não tendo feito nada em 5 anos” para quitar a dívida do Estado. “Inexplicavelmente, o Zema em vez de se aliar ao presidente Pacheco para resolver o problema, ataca nas redes sociais e na imprensa alguém que foi o único mineiro com autoridade a tomar providências em relação a isso", reclamou. Desde novembro, Pacheco tenta intermediar com o governo um projeto de renegociação de dívidas dos Estados, enquanro isso Zema tenta aprovar o Regime de Recuperação Fiscal na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Segundo o senador, a proposta do governador não resolve o problema. "Só adia e aumenta", classificou. Pacheco ainda afirmou que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para estender o prazo para pagamento da dívida de Minas Gerais.
O plano apresentado pelo presidente do Senado Federal para acabar com a dívidas do Estados prevê uma redução do valor a ser pago à União com a entrega de estatais como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais e a utilização de parte dos créditos do acordo feito após o rompimento da barragem em Mariana. Contudo, Haddad ressaltou que o plano de federalização das empresas de Minas Gerais exige ‘muita cautela’ por conta dos acionistas minoritários, mas afirmou que a União está de acordo em aumentar o prazo para que o governo estadual apresente uma solução.
Fonte: Jovem Pan